Os líderes dos nove membros permanentes do grupo Brics iniciaram nesta quarta-feira (23) sua reunião de cúpula na cidade russa de Kazan, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa por videoconferência devido ao acidente doméstico que o impediu de viajar para a Rússia.
“Agora, em um formato limitado, propomos considerar os aspectos mais relevantes da agenda global, trocar pontos de vista sobre a questão da cooperação entre os Estados do Brics no âmbito internacional, incluindo a resolução de conflitos regionais agudos”, afirmou o ditador russo, Vladimir Putin, ao abrir a reunião.
O chefe do Kremlin frisou que a atenção deve estar centrada no “aprofundamento da interação financeira no âmbito dos Brics” e em “outra questão não menos importante: a subsequente expansão do grupo”. Após as palavras iniciais de Putin, a televisão russa interrompeu a transmissão ao vivo da reunião.
Esta é a primeira cúpula do grupo de economias emergentes após sua expansão de cinco para nove membros em janeiro.
Terminada a reunião de formato limitado, os países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, bem como Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia – se sentarão à mesa com os representantes de cerca de 20 Estados convidados para o evento, entre eles Turquia, Bolívia, Venezuela e Nicarágua.
No final da cúpula, os líderes dos Brics aprovarão uma declaração conjunta sobre uma série de questões globais, incluindo o conflito na Ucrânia.
O grupo Brics, fundado em 2006 e que realizou sua primeira cúpula em 2009 na cidade russa de Ecaterimburgo, inclui países que representam um terço da economia mundial e mais de 40% da população.
Segundo o Kremlin, cerca de 30 países demonstraram interesse em participar de uma forma ou de outra nas atividades desse grupo – 13 deles poderiam tornar-se países associados do Brics.
Os analistas salientam que, com esta cúpula, Putin está tentando mostrar ao mundo que a Rússia não está tão isolada como o Ocidente afirma.
Nesse sentido, o ditador russo voltou a defender na abertura da cúpula uma “nova ordem mundial multipolar”.
“O processo de formação de uma ordem mundial multipolar está em curso, é um processo dinâmico e irreversível”, afirmou durante a cerimônia de abertura oficial do encontro dos Brics, em Kazan.