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sexta-feira, outubro 18, 2024

Como Ensinar Crianças sobre Dinheiro e Investimentos

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Na sua família as crianças participam das conversas sobre dinheiro, orçamento familiar e metas financeiras? Elas sabem de onde vem o dinheiro que custeia as despesas da casa e possibilita que elas tenham as coisas que desejam? Seus filhos e sobrinhos são estimulados a pensar sobre o uso do dinheiro e a necessidade de fazer escolhas?

Até bem pouco tempo, a única conversa sobre dinheiro e planejamento financeiro que existia entre pais e filhos envolvia conselhos sobre guardar dinheiro em caderneta de poupança, investimentos em imóveis como sinônimo de segurança ou ainda, sobre a importância de ter um bom emprego CLT para ter direito à aposentadoria pelo INSS.

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Ocorre, entretanto, que o mundo mudou e as certezas que nossos pais e avós possuíam quanto aos meios de se obter estabilidade financeira, hoje já não refletem a realidade.

Educação financeira: nunca é cedo demais

Ter pais atentos à importância de saber investir pode fazer toda diferença na educação financeira e na qualidade de vida da próxima leva de investidores que virá por aí. Se você já investe ou vai começar a investir, te convido a pensar no impacto positivo de sua autoridade e referência ao ajudar seus filhos a vislumbrar sonhos, transformá-los em metas e ver, nos investimentos, um caminho possível para alcançá-las.

Getty Images

Experimente compartilhar com as crianças as informações sobre receitas e despesas que compõem o orçamento familiar.

Se você é mãe, pai ou, mesmo não sendo, desempenha papel de influência para as crianças de sua família, tem a responsabilidade de ensinar pelo exemplo e evitar que seu filho, filha ou sobrinhos vivam, daqui a alguns anos aquele sentimento bem conhecido pela maioria dos investidores: “queria ter começado antes”.

Quanto mais cedo as crianças aprenderem a lidar com dinheiro, maiores oportunidades terão para construir uma vida financeira mais próspera quando se tornarem adultas.

Crianças aprendem através do exemplo

Ensinar sobre consumo consciente e uso responsável do dinheiro é algo que deve começar logo cedo. Obviamente, os exemplos devem ser adequados à faixa etária das crianças e, mais do que isso, é fundamental que elas percebam que, no dia a dia, você pratica aquilo que fala.

Você não precisa ser um especialista em finanças pessoais, mas precisa se empenhar em ter disciplina, planejamento e foco. Deve ter clareza quanto ao custo mensal familiar e administrá-lo com inteligência.

Experimente compartilhar com as crianças as informações sobre receitas e despesas que compõem o orçamento familiar. Mais do que isso, planeje, junto com elas, qual o momento mais adequado para fazer determinados gastos, ensine sobre as formas mais eficientes de guardar dinheiro em cada fase da vida, demonstrando quais os benefícios disso.

Ensine sobre dinheiro de forma lúdica

Eu costumo usar coisas que fazem parte do universo da minha filha de 13 anos para demonstrar a ela a vantagem de investir. Por exemplo, ela gosta muito de um grande shopping aqui em São Paulo, que frequentamos bastante.

Então, comprei fundos imobiliários deste shopping para ela, e sempre explico que é como se ela fosse dona de uma pequena parte do local e, por isso, recebe em forma de dividendos uma parte do aluguel que os lojistas pagam.

Além disso, temos um acordo quanto à mesada que ela recebe (e que é proveniente do rendimento dos próprios fundos): ela é livre para decidir se quer gastar todo o dinheiro ou investir parte dele, mas ela sabe que, toda vez que opta por investir ao invés de gastar, eu dobro o valor que ela investe. Mesmo com pouca idade, ela já compreendeu a vantagem envolvida nisso: toda vez que guarda ao invés de gastar, consegue comprar mais cotas do seu shopping preferido e vai se tornando dona de uma parte maior.

Percebe como algo lúdico se tornou, ao mesmo tempo, uma meta e uma ferramenta de construção de bons hábitos? Não faria nenhum sentido eu tentar fazer palestras teóricas sobre finanças para uma criança. Ela não entenderia nada, iria me achar um chato, e o pior: poderia “pegar ranço” do assunto.

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Conforme ela for crescendo, vou adicionando outros exemplos e desafios lúdicos, sempre de acordo com a idade e com coisas do seu cotidiano. Dessa forma, a educação financeira irá acontecer naturalmente e, quando ela for adulta e eu tiver que falar com ela de forma mais técnica sobre planejamento financeiro e carteira de investimentos, isso não será algo complicado, pois já estará presente na sua rotina.

Fale sobre dinheiro na infância e tenha adultos independentes no futuro

Educar financeiramente uma criança é desafiador, mas perfeitamente possível. Então, lembre-se:
demonstre como você lida com dinheiro no dia a dia.

  • use contextos cotidianos da vida das crianças para demonstrar qual foi o papel do dinheiro na situação
  • crie pequenas metas de curto, médio e longo prazo, para controlar junto com a criança
  • ensine a diferenciar gastos de consumo e gastos de lazer e reforce que experiências valem mais do que coisas

Pense também no seu papel como educador de um futuro adulto que tem a chance de ter uma vida financeira saudável e com autonomia de escolhas.

Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI, pós graduado em pedagogia empresarial, coordenador do MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos da Anhanguera Educacional, sócio do Clube FII e sócio fundador da holding financeira MR4 Participações.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.



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