O ditador da Rússia, Vladimir Putin, recebeu nesta quarta-feira (23) seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, que faz sua primeira viagem ao exterior desde a escalada de julho da crise política no país.
“A Venezuela é um dos parceiros antigos e confiáveis da Rússia na América Latina e no mundo em geral”, afirmou Putin durante a reunião na cidade russa de Kazan, que foi transmitida ao vivo pela televisão estatal.
O ditador enfatizou que “as relações de associação estratégica” entre os dois países “continuam a se fortalecer”.
“Os volumes de comércio bilateral estão crescendo, temos muitos projetos nos setores de energia, produtos farmacêuticos, transporte, conquista do espaço e novas tecnologias”, acrescentou.
Maduro, que chegou a Kazan na noite desta terça-feira (22) em uma viagem surpresa, afirmou que a Venezuela está recuperando sua economia com o apoio de aliados externos, como a Rússia. “Conseguimos recuperar a economia com nosso próprio esforço, com indicadores muito positivos de crescimento econômico, a derrota da inflação e o investimento externo”.
“Estamos prontos para continuar recebendo investimentos russos, para continuar fortalecendo nosso comércio, para continuar fortalecendo a aliança entre os setores empresariais em todos os campos”, declarou o ditador de Caracas.
“Passamos pelo deserto, como vocês sabem, acho que passamos por vários desertos (…) e agora estamos de pé, inteiros e vitoriosos, o povo da Venezuela é vitorioso”, disse Maduro, se referindo às profundas crises econômicas e políticas pelas quais o país passou na última década.
O ditador venezuelano afirmou ainda que “o país está no caminho dos Brics, porque está no caminho para equilibrar o mundo, para construir um mundo multipolar e multicêntrico”.
“A Venezuela pratica os princípios dos Brics por convicção, o Sul Global só pode existir com o direito de ter o futuro, de ter igualdade, de ter liberdade, de ter prosperidade”, afirmou o líder do regime chavista.
“Este século 21 é o século da grande mudança, da grande transformação, o século do nascimento de uma nova geopolítica, onde as novas superpotências emergentes, como China, Rússia e Índia, podem praticar relações de respeito e cooperação com os povos do Sul e do Leste global”, completou Maduro.
O líder do regime chavista descreveu a cúpula do Brics como “histórica”. Maduro, que não viajava para o exterior desde julho, reuniu-se nesta quarta-feira em Kazan com os líderes de Belarus, Turquia, Etiópia e representantes palestinos.