G20 no Brasil: Projeto transforma estudantes em repórteres mirins

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De acordo com o coordenador de comunicação do G20, Carlos Alberto Jr., a ideia é trazer para perto um público que, tradicionalmente, não teria interesse no assunto ou que não seria atingido pela comunicação institucional feita pelo governo brasileiro.

O Kids 20 é executado em parceria com prefeituras e governos estaduais que mantêm projetos de educomunicação — que usam a comunicação e as mídias para estimular a aprendizagem — em suas redes de ensino.

Dentro desses programas, as crianças debatem temas relacionados ao G20 em sala de aula, fazem pesquisas, escolhem suas pautas, credenciam-se para os eventos como um jornalista profissional e entrevistam autoridades. Elas já entrevistaram, por exemplo, o vice-presidente Geraldo Alckmin. Depois, os estudantes produzem conteúdo, que é divulgado no site oficial do G20.

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— Esse já é um dos legados da presidência brasileira. Esperamos que a África do Sul, próxima a presidir o grupo, transforme isso em tradição — diz Carlos Alberto Jr. — O Kids 20 ajuda a construir consciência nos estudantes. Além disso, coloca o G20 na casa das pessoas, porque eles vão acabar perguntando sobre o evento para pais e irmãos. Estamos aproveitando a capacidade das crianças de se comunicarem com pares para levar o G20 a uma audiência mais ampla.

O projeto chamou a atenção da Embaixada da China no Brasil, que convidou quatro associados ao Kids 20 para conhecer o país asiático. Aluna do 9º ano na Escola Municipal de Ensino Fundamental M Boi Mirim II, em São Paulo, a estudante Ana Clara D’Avila, de 15 anos, estava entre os quatro repórteres mirins que embarcaram rumo ao outro lado do mundo para um intercâmbio cultural de sete dias.

A viagem incluiu encontros com autoridades, visitas a pontos turísticos e uma apresentação do Imprensa Jovem, programa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo do qual Ana Clara participa, a estudantes chineses.

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— Nunca imaginei que faria algo tão grande. Quero me manter informada sobre o G20 para aproveitar outras oportunidades — diz Ana Clara.

No Rio, participam do Kids 20 os alunos ligados ao projeto Jovens Repórteres G20, da Secretaria estadual de Educação, e à Agência de Notícias dos Alunos da Rede (Andar), coordenada pela Empresa Municipal de Mídia e Educação (MultiRio), vinculada à Secretaria municipal de Educação.

Presidente da MultiRio, Maíra Moraes ressalta que o envolvimento das crianças na cobertura de eventos como o G20 ajuda a desenvolver competências importantes como leitura, produção textual, checagem de fatos e uso de novas tecnologias. Além disso, contribui para o pensamento crítico, ao aproximar os estudantes de temas complexos e fazê-los questionarem o mundo.

— Um adulto questionador começa com uma criança questionadora — afirma.

É esse caminho que vem trilhando Gabriel Portela, de 14 anos e aluno do 8º ano no Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Nicarágua, em Realengo, Zona Oeste do Rio. Apaixonado por quadrinhos, o menino aceitou o convite de uma professora para contribuir para a revista da escola e criou a história “Pedro no G20: desenvolvimento x problemas ambientais”.

— De início, eu não sabia o que era o G20, mas a professora me explicou e, depois, passei vários dias pesquisando o que poderia retratar. Como um dos temas que o G20 está discutindo é poluição, peguei isso e comecei a desenvolver a história — conta o quadrinista, cuja obra ganhou destaque no site oficial do G20.