O Brasil atingiu a marca de mais de 2,2 bilhões de dados registrados em blockchain na Rede Nacional de Dados em Saúde, segundo revelou a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, durante o Painel Telebrasil 2024.
A secretaria destacou que o sistema possibilita a interoperabilidade de dados e viabiliza o prontuário eletrônico dentro do Meu SUS Digital, já superou 2,2 bilhões de registros. Haddad também revelou que o sistema abrange atualmente a rede de atenção básica e está sendo expandido para atenção especializada e média complexidade.
“No caso da atenção básica da Estratégia de Saúde da Família, hoje 70% das unidades básicas, são mais ou menos 48 mil unidades básicas de saúde, já têm o prontuário eletrônico, seja o e-Sus APS, que é o prontuário do Ministério, ou um prontuário proprietário. Em todas essas unidades, 70% dos casos, os usuários atendidos nessas unidades já conseguem visualizar o seu registro de atendimento clínico no Meu SUS Digital”, disse ao CDTV.
Ela também apontou que a interoperabilidade é a base da saúde digital e que no SUS já foram criados diversos sistemas de informação, cada um com sua própria lógica e nível de maturidade.
Haddad afirmou que é fundamental integrar todos esses sistemas para obter um volume abrangente de dados, essenciais para a tomada de decisões tanto no âmbito populacional, como na vigilância em saúde, quanto no contexto clínico individual.
Além disso, segundo ela, esses dados são cruciais para a pesquisa secundária, que impulsiona a inovação no setor. Dessa forma, a estratégia de interoperabilidade adota uma arquitetura específica, seguindo padrões recomendados internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ela também afirmou que a Rede Nacional de Dados em Saúde, que utiliza o Hyperledger Fabric, está pronta para receber todos estes dados.
“Hoje, nós já temos 2,2 bilhões de dados descarregados na RNDS que permitem esse avanço a passos largos. Estamos trabalhando com parcerias do setor privado também para que seja lá onde o usuário for atendido, ele tenha os seus dados para fazer o seu autocuidado e suas decisões de saúde”, disse.
Rede Nacional de Dados em Saúde e blockchain
A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), criada pelo Ministério da Saúde do Brasil, utiliza a tecnologia blockchain para integrar e compartilhar informações de saúde de maneira segura e eficiente. Essa tecnologia, conhecida por registrar e validar transações digitais de forma descentralizada e imutável, oferece importantes vantagens para a RNDS.
Ao empregar o blockchain, o governo destaca que a rede assegura a integridade e a segurança dos dados, já que as informações registradas não podem ser alteradas ou excluídas sem deixar registros, o que protege contra fraudes e manipulações.
Além disso, segundo o Ministério da Saúde aponta que o blockchain proporciona transparência e rastreabilidade, pois cada transação é registrada em blocos conectados, permitindo que o histórico completo dos dados seja acompanhado. Isso é fundamental para auditorias e para o monitoramento de informações sensíveis.
Outro benefício do blockchain na RNDS é a facilidade de interoperabilidade, que permite a integração entre diferentes sistemas de informação em saúde, promovendo a troca de dados de forma segura e padronizada.
Durante a pandemia de COVID-19, o blockchain foi aplicado para registrar e monitorar as informações de vacinação na RDNS, garantindo a autenticidade dos registros e facilitando o acesso dos cidadãos aos comprovantes de vacinação por meio do aplicativo ConecteSUS. Esse uso da tecnologia assegurou a inviolabilidade dos dados e ofereceu uma solução de acesso fácil para a população.
O RNDS usa um conjunto de tecnologias e não apenas blockchain e a proposta do Ministério da Saúde é expandir este ‘big data’ com todas as informações médicas dos usuários do SUS, 100% em blockchain e permitindo o compartilhamento destes dados por um sistema de APIs.