No coração da floresta amazônica, a Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, acaba de completar cinco anos de operação plena, sendo a responsável por atender 10% da demanda do país com energia limpa e renovável. A usina, com suas 18 turbinas em funcionamento, possui, no entanto, capacidade para abastecer 60 milhões de pessoas. Não à toa, é considerada a bateria natural do sistema energético, contribuindo para a reserva nacional e em momentos de pico de consumo. Maior hidrelétrica 100% brasileira, Belo Monte também reduz a pressão sobre os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste e diminui a necessidade do acionamento de fontes de energia poluentes, evitando assim a emissão de toneladas de CO2 na atmosfera.
Durante a onda de calor recorde enfrentada pelos brasileiros este ano, Belo Monte chegou a fornecer, sozinha, 12% da energia elétrica necessária no Brasil. A “gigante da Amazônia”, localizada na bacia do Rio Xingu, foi construída e é operada pela empresa Norte Energia.
— Está no centro do debate atual a importância das fontes de energia renováveis e limpas para alimentar os grandes centros urbanos, impulsionar a economia e assegurar o funcionamento dos serviços públicos essenciais sem prejudicar o meio ambiente. E a energia produzida por Belo Monte, além de renovável, vem garantindo essa segurança energética que o Brasil precisa — afirma o presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Pinto.
Mesmo com a seca severa enfrentada pela Região Norte, em consequência do El Niño, entre janeiro e junho deste ano, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a hidrelétrica produziu 6% (20.414 GWh) de toda a energia utilizada no país – quantidade suficiente para abastecer os domicílios das regiões Norte e Centro-Oeste e mais todo o estado do Rio de Janeiro no mesmo período.
Responsabilidade social e ambiental
Hoje, a usina é a quinta mais eficiente do país em termos de taxa de intensidade de gases poluentes, como aponta pesquisa da Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo calcula que, entre cinco e dez anos, a área alagada do empreendimento apresentará de modo progressivo emissões ainda menores. Junto aos impactos diretos para o meio ambiente, a concessionária Norte Energia atua em prol do desenvolvimento socioeconômico e sustentável da população do médio Xingu, onde está a hidrelétrica. A sua instalação está por trás de uma revolução na qualidade de vida dos moradores do entorno.
Em se tratando de empregos, são 1.700 diretos e indiretos gerados pelo complexo na região. Desde o início da sua operação, além do pagamento de R$ 1,07 bilhão em royalties, foram investidos R$ 8 bilhões em ações socioambientais. As melhorias incluem as comunidades indígenas, para as quais foi destinado R$ 1,2 bilhão. Com a transformação local, houve uma queda abrupta no total de moradores abaixo da linha de pobreza na cidade de Altamira: o percentual foi de 25% em 2010, segundo o IBGE, para apenas 3% em 2023.
Também estão em andamento no Médio Xingu projetos de reflorestamento que utilizam mão de obra da própria região, gerando renda para moradores. Através dessas ações, a concessionária já restabeleceu 2,4 mil hectares de floresta – tamanho equivalente a três mil campos de futebol – e realizou o plantio de 1,5 milhão de mudas nativas. As metas nessa área são ambiciosas: até 2045, serão plantadas 5,5 milhões de mudas e recuperados 7,6 mil hectares da Amazônia, bioma que ocupa praticamente a metade do território brasileiro.
A Norte Energia ainda tem feito da floresta uma espécie de laboratório de inovação. Com a Universidade Federal do Pará (UFPA), a empresa desenvolveu o primeiro corredor verde da região amazônica, composto por dois ônibus e um catamarã elétricos. E, neste momento, a concessionária inicia um projeto de barcos elétricos de pequeno porte. O objetivo é promover a mobilidade fluvial sustentável na Amazônia, já que o combustível fóssil não só polui como compromete o orçamento das famílias ribeirinhas. A ideia é chegar a um modelo de embarcação com valor acessível que ajude a população e seja um mecanismo de descarbonização dos rios.