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quarta-feira, dezembro 4, 2024

Gife aponta falhas de representatividade de gênero e raça na filantropia brasileira, apesar de avanços

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O Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), organização sem fins lucrativos voltada para Investimentos Sociais Privados (ISPs), divulgará, na segunda-feira (02), um estudo indicando os principais desafios para o desenvolvimento da filantropia institucionalizada brasileira, como questões de gênero, raça e regionalidade, por exemplo.

Além do estudo, o Gife apresentará um pacote de ações para aprimoramento do ISP no país. Dezenas de lideranças de organizações filantrópicas associadas ao grupo foram ouvidas para a realização deste estudo.

O estudo aponta que a centralização de investimentos na região sudeste é um dos principais impeditivos para o aprimoramento da filantropia institucionalizada brasileira.

A diversidade racial dentro das próprias ISPs também é um ponto de atenção. De acordo com o levantamento, as instituições apresentam uma concentração de pessoas brancas em cargos de tomada de decisão, como os conselhos deliberativos e os quadros de lideranças executivas.

De acordo com o Censo Gife 2022-2023, há um baixo volume de recursos sobre os quais negros e indígenas têm poder decisório sobre: 17% do total movimentado por instituições que têm este tipo de colegiado.

O Censo Gife também apontou que, das 105 instituições que responderam sobre o tema de gênero, apenas uma afirmou ter a participação de pessoas não-binárias no conselho, totalizando cinco pessoas não-binárias e todas da mesma organização. Os entrevistados apontam a falta de pessoas trans e não binárias como integrantes desses espaços.

O levantamento também apontou que há a necessidade de um maior letramento racial e de gênero para garantir a inserção do viés de raça em projetos e a promoção de estratégias institucionais de contratação e valorização de profissionais mulheres e negros, além do combate ao racismo dentro das próprias instituições.

Ainda assim, estudo qualitativo mostra que têm crescido a compreensão destas desigualdades dentro de instituições e quais são os passos necessários para a mudança.

“Os desafios trazidos por este inédito estudo contribuem para qualificar a nossa prática institucional e nos dão segurança do compromisso que a nossa base de associados tem com o desenvolvimento do Investimento Social Privado brasileiro”, afirma o secretário-geral do Gife, Cassio França.

Um dos avanços destacados pela pesquisa é a profissionalização e a multiplicidade de instituições que promovem ISP, com suas diferentes formas de atuação e diversidade de temas, como mudanças climáticas e filantropia decolonial.

Dessa forma, o Gife promoverá uma série de medidas voltadas ao aprimoramento da filantropia institucionalizada brasileira e à ampliação da cultura de doação no país. O pacote de iniciativas coordenadas inclui a realização de cursos de formação para lideranças do ISP, em parceria com a Edge Funders Alliance.

Um destes projetos é o “Filantropias pelo Brasil” para investidores sociais privados, com encontros mais focados em Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). As iniciativas começam nos primeiros meses de 2025.

*Integrante do Curso Valor de Jornalismo Econômico sob a supervisão de Eduardo Belo

[Fonte Original]

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