O Banco Central da Argentina vendeu a maior quantidade de reservas estrangeiras em um dia desde outubro de 2019, nesta quinta-feira, depois que as autoridades eliminaram um imposto sobre as importações, estimulando a demanda corporativa por dólares.
O país vendeu US$ 599 milhões em reservas cambiais, informaram as autoridades monetárias em um post no X. A maior parte das vendas foi feita para atender às necessidades da indústria automotiva no país vizinho, que paga seus fornecedores no exterior em dólares, acrescentou um porta-voz do banco central.
A venda expõe algumas falhas na campanha do presidente Javier Milei para reconstruir o baú de guerra de reservas estrangeiras do país, essenciais para a eventual suspensão dos controles de capital e moeda no próximo ano. A reserva é um dinheiro que eles não podem se dar ao luxo de perder, já que os pagamentos dos títulos internacionais devem saltar para cerca de US$ 9 bilhões em 2025, metade dos quais vence em janeiro.
Os responsáveis pelas políticas do banco central acrescentaram que estão buscando uma política monetária mais flexível no próximo ano. Eles disseram que estão interessados em ajustar o ritmo da queda do peso, em uma política conhecida como crawling peg, se a inflação mensal esfriar ainda mais.
As autoridades também disseram que um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional ou financiamento privado poderia ajudar a acelerar a remoção dos controles de capital e de moeda, mas o relatório não forneceu um cronograma mais específico sobre mudanças de política além do próximo ano.
O peso negociado no mercado paralelo da Argentina, conhecido como blue-chip swap, caiu na quinta-feira cerca de 1,6%, para 1.193 pesos por dólar.
No Brasil, desde o dia 12 de dezembro, o BC já injetou US$ 30,76 bilhões no mercado financeiro, na tentativa de segurar a volatilidade da moeda. O BC vem intervindo na moeda desde que o dólar iniciou uma escalada diante da piora da percepção do mercado em relação à política fiscal promovida pelo governo.