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Os agricultores, cerealistas e exportadores de grãos dos Estados Unidos terão menos milho do que o esperado em seus silos antes da colheita do ano que vem, já que as exportações deverão atingir o segundo maior nível já registrado, afirmou o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) nesta terça-feira (10).
Preços baixos e suprimentos amplos impulsionaram a demanda por milho dos EUA depois que os agricultores colheram grandes safras nos últimos dois anos. Os estoques para 2024/25 agora devem cair para uma mínima de dois anos, em comparação com uma máxima de cinco anos na previsão de novembro.
Fortes vendas de exportação têm sido um ponto positivo para os agricultores em meio às crescentes tensões comerciais com os principais importadores de grãos, como México e China, devido às ameaças tarifárias do presidente eleito Donald Trump.
O USDA cortou sua previsão para as importações globais de milho pela China na comparação com a expectativa de novembro. A agência dos EUA aumentou sua estimativa para as importações mexicanas, no entanto, sinalizando que as sólidas vendas de exportação dos EUA devem continuar, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale.
Os contratos futuros de milho negociados em Chicago estenderam os ganhos para seu nível mais alto desde junho depois que o USDA divulgou suas estimativas para estoques mais apertados e exportações maiores.
“Muitas pessoas não estavam prevendo um aumento tão grande quanto o que vimos na demanda”, disse Angie Setzer, sócia da Consus Ag.
Os estoques finais de milho dos EUA para 2024/25 foram projetados em 1,738 bilhão de bushels, abaixo dos 1,938 bilhão em novembro, disse o USDA em um relatório mensal.
Analistas esperavam 1,906 bilhão, de acordo com uma pesquisa da Reuters.
O USDA aumentou sua estimativa para exportações de milho de 2024/25 para 2,475 bilhões de bushels, em comparação com suas estimativas de novembro de 2,325 bilhões de bushels.
O departamento também aumentou sua previsão de quanto milho será usado para produzir etanol.
“O milho dos EUA tem sido a opção mais barata para muitos compradores, dependendo do frete…”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da corretora StoneX.
Os importadores na Espanha, por exemplo, estão comprando milho dos EUA em um ritmo não visto em pelo menos seis anos, disseram traders e analistas esta semana.
Para a soja, o USDA fixou os estoques finais dos EUA no ciclo 2024/25 em 470 milhões de bushels, inalterados em relação a novembro. O USDA elevou sua previsão para as exportações de óleo de soja dos EUA de 600 milhões de libras para 1,1 bilhão de libras, após fortes vendas.
Os estoques finais de trigo dos EUA são vistos em 795 milhões de bushels, em comparação com 815 milhões no mês passado.
Brasil
O departamento dos EUA ainda manteve a safra de soja do Brasil 2024/25 em 169 milhões de toneladas, estável ante previsão de novembro.
A safra de milho do Brasil foi estimada em 127 milhões de toneladas, também estável ante previsão anterior.