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O preço dos hotéis e resorts de luxo típicos atingiu níveis exorbitantes em 2024.
O grupo de agências de viagens Internova relata que a tarifa média paga por seus clientes em hotéis na Itália é de US$ 1.936 por noite (R$ 11.616). Isso parece uma pechincha comparado aos preços em Turks & Caicos, que chegam a US$ 4.838 (R$ 29.028).
Matthew Upchurch, CEO da Virtuoso, um consórcio de agências de viagens focadas em luxo que espera fechar 2024 com US$ 35 bilhões (R$ 210 bilhões) em vendas, afirma que a tendência é de crescimento. Os consultores de viagens do grupo relatam um aumento de 42% no número de itinerários reservados para os próximos dois anos com valores a partir de US$ 50 mil (R$ 300 mil).
Ainda assim, isso é apenas o começo do que os super-ricos estão dispostos a gastar ao buscar a combinação de luxo e privacidade.
Quanto estão dispostos a pagar os UHNW (ultra high-net-worth individuals, ou indivíduos com patrimônio líquido extremamente elevado) pelas melhores experiências de luxo com privacidade? Ao que parece, o céu é o limite. Pense em valores na casa dos sete dígitos.
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Sua própria banheira particular em seu vagão particular está disponível por cerca de US $ 80.000 por noite: o Venice Simplon-Orient-Express da Belmond estreará em 2025 L’Observatoire, uma suíte privada de luxo que abrange todo o vagão
Para atender a essa demanda e movimentar as contas bancárias das famílias mais ricas do mundo, executivos da indústria do turismo presentes no International Luxury Travel Market, que aconteceu no começo de dezembro em Cannes, discutiram uma série de novas opções, como um hotel privativo no centro de Paris, um navio de cruzeiro particular e até mesmo vagões de trem exclusivos. O público-alvo eram os consultores de viagens que atendem bilionários e centimilionários.
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O preço do luxo: Albert Herrera, vice-presidente executivo da Internova, diz que o número de hotéis nos EUA com tarifa diária média acima de US$ 1.000 dobrou desde antes da Covid
Nathaniel Most, vice-presidente de vendas de uma empresa do setor, afirma que o serviço foi projetado para o que a indústria chama de “ocupação total”, ou seja, a privatização de todas as instalações, incluindo restaurante, bar e spa, para um único cliente e seus convidados. Ele não revelou um preço específico.
Da mesma forma, o Mandarin Oriental está focado em UHNW que buscam privacidade e acomodações de luxo, além de uma equipe altamente treinada para oferecer atenção aos mínimos detalhes característicos dos melhores hotéis cinco estrelas.
Para clientes para os quais a suíte presidencial ou até mesmo o bloqueio de um andar inteiro do hotel não são suficientes, o vice-presidente sênior Alex Schellenberger relata que o grupo assumiu recentemente a gestão completa de sua linha de residências de aluguel, relançando-a como Mandarin Oriental Exceptional Homes.
Embora os preços das residências variem de US$ 10 mil (R$ 60 mil) por noite até valores sob consulta, o grupo hoteleiro agora empregará e treinará equipes, incluindo serviços de limpeza, com chefs e terapeutas de spa disponíveis sob demanda. Schellenberger informa que o plano é aumentar o inventário de 25 para mais de 100 residências.
A LVMH, que adquiriu a Belmond por US$ 3,2 bilhões (R$ 19,2 bilhões) em 2018, vem investindo intensamente nos hotéis, barcos fluviais e trens da marca. Agora, está elevando as viagens de trem de luxo a novos níveis de privacidade personalizada.
O Venice Simplon-Orient-Express incluirá a L’Observatoire Suite no próximo ano, que será, na prática, um vagão particular projetado pelo fotógrafo e artista de rua francês JR.
A suíte inclui uma banheira independente, uma sala de chá com lareira funcional, sala de jantar privativa e atendentes dedicados. O preço por noite é de aproximadamente US$ 80 mil (R$ 480 mil).
O vice-presidente sênior Arnaud Champenois explica que os clientes podem escolher entre vários itinerários e definir a quantidade de noites desejadas, com o vagão particular sendo acoplado aos trens de luxo, em um estilo que lembra os barões da Era Dourada.
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O CEO da Accor, Sebastien Bazin, reverteu os planos de vender seu Orient Express Silenseas, um iate de 220 metros que zarpará em 2026, cabine por cabine, como um navio de cruzeiro normal
A nova era de luxo privativo também se estende ao mar.
O CEO da Accor, Sébastien Bazin, reverteu os planos de vender o Orient Express Silenseas, um iate de 220 metros que começará a navegar em 2026, com cabines disponíveis individualmente, como um cruzeiro convencional.
Com apenas 54 cabines e suítes, em um espaço que normalmente acomodaria 200, a nova embarcação será vendida principalmente para fretamentos exclusivos.
Bazin afirma que a empresa terá flexibilidade para levar o navio até o cliente, em vez de exigir que ele vá a um porto específico. Assim como no mercado de fretamento de superiates, os clientes definirão seus próprios itinerários.
O preço? US$ 1 milhão (R$ 6 milhões) por dia, com estadia mínima de sete noites. As reservas já estão sendo feitas.
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Embora as residências variem de US$ 10 mil por noite ao preço sob consulta, o Mandarin Oriental Hotel Group agora contratará e treinará funcionários, incluindo limpeza, com chefs de hotel e terapeutas de spa de plantão
Nikheel Advani, cofundador e COO da Grace Bay Resorts em Turks & Caicos, discorda da ideia de que preços astronômicos sirvam apenas para gerar manchetes chamativas. Embora ele tenha visto pacotes milionários em que 95% do valor estava em um diamante incluído, ele ressalta que vilas que acomodam 10 ou 15 pessoas naturalmente têm custos elevados.
Esses hotéis, navios de cruzeiro e trens projetados para um único cliente refletem a tendência de que os ricos frequentemente viajam com grandes grupos de familiares, amigos e associados de negócios.
Na verdade, Champenois, da Belmond, comenta que os trens da empresa frequentemente são alugados integralmente, tornando o vagão dedicado apenas um detalhe adicional.