Quem esperava por uma forte correção para comprar Bitcoin (BTC) teve esse “presente” na manhã desta sexta-feira (20). Com queda de 7,2%, o BTC experimentou sua maior correção desde novembro, saindo de US$ 102 mil para a região de US$ 94.000.
Esse movimento deu continuidade à correção vista na quinta-feira (19), que liquidou mais de US$ 400 milhões em alavancagem no mercado. No Top 10, a Dogecoin (DOGE) teve forte queda de 20% e o Ethereum (ETH) caiu para US$ 3.200, uma perda de 13% nas últimas 24 horas.
A destruição de valor foi ainda maior no Top 100, com praticamente todas as moedas caindo forte. Somente as stablecoins tiveram desempenho positivo ao longo da manhã, enquanto a FTM caiu 23,9% e registrou a maior queda do dia.
Pelo lado do ETH, a forte liquidação chegou a atingir US$ 292 milhões, pouco abaixo dos US$ 294 milhões registrados pelo Bitcoin. Como resultado dessa queda, os traders agora estão de olho na região de US$ 2.800, suporte que pode desencadear quedas em massa no preço da criptomoeda.
No caso do Bitcoin, a principal causa da desvalorização ocorreu por causa de uma mudança no posicionamento da oferta, que agora está principalmente nas mãos de holders de curto prazo.
Bitcoin em posse dos “alfaceiros”
A mudança de mãos por parte da oferta circulante de Bitcoin se reflete no indicador Total Supply Held by Short-Term Holders. Este indicador mede a quantidade total de Bitcoin que está nas mãos de investidores de curto prazo.
De acordo com Fernando Pereira, analista da Bitget, “holders de longo prazo” são aqueles que adquiriram suas moedas recentemente, geralmente dentro de um período de 155 dias. Ou seja, são investidores que ainda não completaram um ano de mercado. Esses investidores passaram a dominar as compras de 2024, conforme noticiou o CriptoFácil.
Por um lado, o aumento dos STH é um bom sinal, pois indica que a demanda do BTC segue elevada entre pessoas que nunca compraram antes. Mas este grupo de investidores tende a ser mais sensível às mudanças de preço e, portanto, a vender Bitcoin quando o preço cai.
De acordo com Pereira, 2024 registrou o maior nível de oferta de BTC nas mãos dos investidores de curto prazo, desde 2021. São quase 4 milhões de BTC nas mãos desses investidores, número inferior apenas aos 4,5 milhões vistos em janeiro de 2021.
“Num cenário onde os STH tem muita oferta em mãos, começamos a ver mais movimentos emocionais do que racionais no mercado, de maneira que quando o mercado corrigir um pouco. Já veremos muitas vendas sendo feitas mesmo estando no prejuízo, e quando isso acontece temos uma onda de pânico nos aguardando. Esse é um momento perigoso para estar comprado no BTC”, explicou Pereira.