Uma operação conjunta resultou na prisão de um hacker que, utilizando uma sofisticada fraude cibernética com criptomoedas, subtraiu R$ 14,7 milhões de uma exchange de criptomoedas dos EUA que opera no Brasil.
A ação resultou de uma parceria entre a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Rio de Janeiro e da Delegacia de Repressão aos Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal. De acordo com as investigações, o criminoso realizou mais de 600 transações financeiras envolvendo criptomoedas, movimentando cerca de R$ 190 milhões em apenas 10 horas.
Conforme reportagem da CNN, divulgada nesta sexta-feira (20), as investigações começaram após os órgãos de segurança serem notificados por uma exchange com sede em Nova Iorque, que também atua no mercado brasileiro. Nem o nome do hacker nem o da exchange foi informado.
Crime envolvendo criptomoedas
Utilizando um sofisticado esquema de fraude cibernética, os criminosos subtraíram aproximadamente R$ 14,7 milhões da entidade. Segundo investigação comandada pelo MPRJ, um hacker explorou uma vulnerabilidade no sistema da bolsa e realizou mais de 600 operações financeiras envolvendo criptomoedas.
Os investigadores do MP, membros da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (CSI/MPRJ), utilizaram um sistema de rastreamento avançado de blockchain. Por meio do sistema, eles constatara que o criminoso havia movimentado cerca de US$ 190 milhões.
Sem qualquer justificativa do volume expressivo de negociações, os agentes prenderam o suspeito, que era alvo de um mandado de prisão. Além disso, os agentes cumpriram três ordens de busca e apreensão.
MPF e PF na cola do crime
Ministério Público do Rio de Janeiro vem se tornando referência no combate a cibercrimes envolvendo criptoativos. Em maio, a entidade realizou o evento “Criptoativos e persecução patrimonial”.
O objetivo foi apresentar o universo dos criptoativos e a relação com a persecução patrimonial em casos de fraudes e lavagem de dinheiro. Entre as palestrantes, marcaram presença nomes como Alexandre Senra e Sauvei Lai, procuradores especializados no combate a crimes envolvendo criptoativos.
Da mesma forma, a Polícia Federal vem atuando nesta frente. Recentemente, a PF deflagrou a Operação Niflheim para desarticular três grupos criminosos envolvidos em lavagem de dinheiro e envio de divisas para o exterior. As investigações, iniciadas em setembro de 2021, revelaram que os grupos utilizavam empresas de fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos, principalmente provenientes do tráfico de drogas e contrabando.
Ao longo de três anos, a investigações constataram que o grupo movimentou mais de R$ 55 bilhões desde o início da apuração.
Ainda sobre a investigação, os promotores responsáveis destacaram a colaboração de diversas empresas de criptomoedas, localizadas em diferentes países, como crucial para a conclusão da investigação.