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quinta-feira, janeiro 2, 2025

Ativistas denunciam agravamento das condições dos ‘presos políticos’ na Venezuela

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Celas desumanas, comida estragada, recusa de contato com advogados e familiares, tortura: ativistas de direitos humanos apresentaram nesta segunda-feira um relatório sobre as condições de presos na Venezuela, agravadas após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro. Mais de 2,4 mil pessoas foram detidas em meio aos protestos relacionados às eleições de 28 de julho, nas quais a oposição denunciou fraude e reivindicou a vitória. Eles são classificados como presos políticos pelos ativistas.

O Comitê de Familiares e Amigos pela Liberdade dos Presos Políticos (CLIPPVE) publicou o relatório intitulado “Prisões injustas, celas desumanas”, com objetivo de examinar as condições carcerárias dos presos políticos na Venezuela, que afirmam ter sido agravadas após o contexto pós-eleitoral de 2024.

“Em apenas 16 dias foram registradas em média 150 prisões diárias, superando consideravelmente a repressão estatal dos tempos de mobilização de 2014, 2017 e 2019, e até mesmo dos dias de protesto realizados recentemente na Nicarágua”, segundo o texto publicado no site da renomada ONG de direitos humanos Provea.

O documento destacou as mortes sob custódia de três pessoas presas durante manifestações pós-eleitorais, “um trágico lembrete” das “condições extremas” e das “violações dos direitos humanos enfrentadas pelos presos políticos”.

O Ministério Público, que afirma ter sempre respeitado o “devido processo”, iniciou um processo de revisão do caso em meados de novembro, o que levou à libertação de mais de 900 detidos, incluindo todos os menores de idade.

“Ao fato de estarem detidos arbitrariamente e presos injustamente, há que acrescentar o sofrimento exponencial que sofrem devido às duras e desumanas condições de encarceramento a que estão submetidos”, indica o documento elaborado a partir de entrevistas e pesquisas com ex-reclusos.

O relatório destaca que os detidos sofrem “tortura física e psicológica” e são submetidos a “isolamento prolongado e à negação de contato com familiares ou advogados”. Aponta ainda condições sanitárias precárias para a preparação das refeições.

“A comida em diversas ocasiões contém insetos, está decomposta ou não está suficientemente cozida. As refeições são minúsculas e insuficientes, o que se traduz na perda de peso e em doenças estomacais”, acrescenta o documento, detalhando que as famílias se obrigam a levar comida aos presos, muitos deles detidos em outras cidades.

[Fonte Original]

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