Desses, o inventivo “O Brutalista” desbancou o genial, mas clássico, “Conclave”, que só levou melhor roteiro, e saiu com três prêmios dos mais prestigiados: melhor filme em drama, melhor direção (para o jovem Brady Corbet) e melhor ator em drama para Adrien Brody.
Memorável mesmo foi o prêmio de melhor atriz em comédia ou musical para Demi Moore por sua ótima performance em “A Substância”, em que ela divide a cena com Margaret Qualley, indicada a atriz coadjuvante. Em “A Substância”, Elisabeth Sparkle (Demi Moore), famosa por um programa de ginástica, é demitida ao fazer 50 anos. Em meio à sua angústia, um laboratório lhe oferece uma substância que promete transformá-la em uma versão melhorada de si mesma.
Demi Moore bateu favoritas como Cynthia Erivo e Karla Sofia Gascón. Mereceu cada grama de seu Globo de Ouro. Não somente porque o papel tem muito a ver com sua trajetória, mas porque, como bem disse em seu agradecimento, está há décadas tentando provar o que muitos negavam: é uma mega atriz também dramática! E que sabe rir e ironizar a pressão que ela mesmo sofre como mulher madura em uma indústria que por muito tempo não perdoava quem envelhece.
Fernanda, aos 59 anos, também quebra mais essa barreira e prova, como bem diz, que a vida vale! E o cinema brasileiro vale muito também. Para encerrar por ora, como bem disse a atriz, seu prêmio diz muito sobre o cinema de hoje, “em que um filme falado em português pode ser indicado em uma categoria tão incrível e vencer.” Ela estava tão feliz com a indicação, mas a internacionalização do cinema, pelo menos aos olhos dos críticos e jornalistas, deixa os brasileiros hoje (e o cinema que luta pela diversidade de histórias, idiomas e culturas) mais feliz.
Se as associações que entregam seus prêmios no decorrer desses dois meses e a Academia de Hollywood, que divulga seus indicados no dia 17 (quando “Ainda Estou Aqui” estreia nos Estados Unidos) e entrega seus Oscars em 2 de marco, vai concordar com a crítica, aí saberemos em breve. Por ora, é comemorar e seguir na campanha (pelo Oscar e por um cinema brasileiro cada vez mais forte e próximo de seu público).