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quarta-feira, janeiro 8, 2025

Lula deve vetar ‘jabutis’ que poderiam encarecer contas de luz em projeto sobre eólicas no mar

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vetar os chamados “jabutis” inseridos pelo Congresso Nacional no projeto de lei que regulamenta a instalação de equipamentos para energia eólica em alto mar (offshore). Essa proposta aprovada no fim do ano passado incluiu uma série de medidas que podem encarecer as contas de luz, na aviação de especialistas e do próprio governo.

Jabuti é o jargão dado no Congresso a trechos inseridos em projetos de lei que nada têm a ver com o tema original.

O tema foi discutido em reunião nesta terça-feira entre Lula e ministros das áreas de Energia, da Fazenda e do Ministério da Indústria — as três pastas pediram o veto ao presidente.

Porém, dentro do Palácio do Planalto, há um entendimento de que são grandes as chances desse veto ser derrubado pelo Congresso Nacional.

O projeto prevê, por exemplo, a contratação compulsória de térmicas a gás inflexíveis e sem preço-teto. Também prevê a prorrogação da contratação de termelétricas a carvão, além de contratos obrigatórios com pequenas centrais hidrelétricas. De modo geral, contratos obrigatórios encarem as contas de luz porque retiram competitividade de leilões, nos quais vence o contrato quem cobra mais barato.

O texto ainda estabelece outros temas, como contração da planta de hidrogênio e de contratos obrigatórios de eólicas na Região Sul.

Na semana passada, entidades que representam toda a cadeia do setor elétrico, incluindo geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo de energia, pediram ao presidente Lula o veto a esses pontos.

As instituições signatárias argumentam que o texto aprovado em dezembro contém jabutis que criarão um custo de R$ 545 bilhões aos consumidores até 2050, o equivalente a um aumento de 9% nas tarifas, com R$ 22 bilhões em custos adicionais aos usuários.

O texto alerta para o comprometimento da meta de neutralidade climática até 2050, anunciada pelo governo brasileiro, porque os jabutis aumentariam em 25% as emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico. Isso levaria a um passivo ambiental de 252 milhões de toneladas de CO₂ até 2050, “justamente quando o Brasil busca a liderança climática global como anfitrião da COP30 (conferência mundial sobre o clima), em Belém (PA)”, prevista para o segundo semestre de 2025.

Por fim, a carta aberta a Lula afirma que as emendas ao PL também interferem diretamente no planejamento do setor elétrico, que deve ser coordenado pelo Poder Executivo e suas entidades especializadas, ou seja, o Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As entidades argumentam que nenhum dos jabutis decorre de recomendação ou determinação dessas instituições.

A base governista tentou retirar, durante a tramitação, o incentivo às térmicas, mas foi derrotada.

No caso da energia eólica, especificamente, os locais permitidos para a geração serão: mar territorial, na zona econômica exclusiva e na plataforma continental. As empresas serão autorizadas a colocar os equipamentos após leilão feito pelo governo, com estudo e desenvolvimento de novas tecnologias de energia renovável a partir do aproveitamento da área offshore.

A outorga e prazo de concessão para a empresas de eólicas offshores dependerá de contrato do Poder Executivo. O contrato de cessão de uso deverá prever duas fases, a de avaliação e a de execução.

Procurado, o Ministério de Minas e Energia ainda não se manifestou.

[Fonte Original]

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