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domingo, fevereiro 23, 2025

Thriller de ação que quase foi protagonizado por Nicolas Cage é um dos mais vistos mundialmente do Prime Video

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No universo atual das produções de ação de médio orçamento, onde a previsibilidade muitas vezes supera a preocupação com inovação, “O Jogo do Assassino” é um experimento audacioso. Inspirado no material homônimo de Jay Bonansinga, o filme vem de um processo de desenvolvimento repleto de reviravoltas, conquistando uma nova identidade com a escalada de Dave Bautista de coadjuvante para protagonista. Essa transformação não só redefiniu a presença em cena, mas também carregou uma energia única, capaz de desafiar o convencional.

A narrativa acompanha Joe Flood, um assassino profissional que, ao receber um diagnóstico fatal, decide orquestrar sua própria extinção por meio de outro executor. Entretanto, quando a verdade se revela equivocada e a sentença torna-se irrevogável, Flood se vê caçado por antigos pupilos, outrora forjados sob sua tutela. Essa premissa, que mistura humor ácido com cenas de ação implacável, propicia uma metáfora intrigante sobre a dualidade entre o criador e sua própria criação, instigando reflexões profundas sobre destino e identidade.

O filme possui uma fotografia estilizada e coreografias de luta meticulosamente elaboradas sob a direção de J. J. Perry. A abordagem estética, marcada por uma iluminação vibrante e uma câmera ágil, proporciona uma sensação constante de urgência e perigo. No entanto, o uso excessivo de efeitos digitais para enfatizar cenas de violência diluída a imersão em momentos cruciais, revelam uma tensão entre a ambição visual e a consistência narrativa.

A performance de Bautista traz uma dualidade fascinante: sua encarnação de Flood transita com naturalidade entre a brutalidade inerente a um matador e a vulnerabilidade de um homem confrontado com o próprio fim. Ao lado dele, Sofia Boutella interpreta Maize com uma presença cativante, ainda que o vínculo entre ambos não explore todas as nuances possíveis. Personagens coadjuvantes, como o mentor enigmático vivido por Ben Kingsley e as participações pontuais de nomes como Terry Crews, compõem um elenco que, apesar de fragmentado, contribui para uma dinâmica que oscila entre a intensidade e o clichê.

Na trama, os diálogos e as soluções narrativas muitas vezes caminham por trilhas já batidas, ecoando referências a filmes como “Trem-Bala” e “Mandando Bala”. Ainda assim, momentos de humor mordaz e sequências de ação bem coreografadas elevam o entretenimento a um patamar que, embora não desafie todas as expectativas, provoca uma experiência visceral. A tensão dramática que se insinua ao longo da jornada de Flood convida o espectador a refletir sobre a ironia de uma existência que, acostumada à morte, se vê inesperadamente presa entre a autodestruição e a redenção.

Em um cenário dominado por blockbusters e narrativas recicladas, “O Jogo do Assassino” vira uma alternativa corajosa e instigante. Suas imperfeições, longe de comprometer a proposta, reforçam o caráter autêntico de um filme que ousa dialogar com o público de maneira franca e provocadora. Ao se despedir das telas, a experiência deixa uma marca que transcende o mero entretenimento, instigando questionamentos sobre os limites entre a ação desenfreada e a profundidade de uma narrativa que, mesmo em sua linearidade, carrega ecos de reflexões contemporâneas sobre a condição humana.

Filme:
O Jogo do Assassino

Diretor:

J.J. Perry

Ano:
2024

Gênero:
Ação/Comédia/Thriller

Avaliação:

7/10
1
1




★★★★★★★★★★

[Fonte Original]

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