O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os projetos de lei que tratam da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, com sua consequente compensação fiscal, e o consignado privado estão avançados e podem chegar ao Congresso até antes do Carnaval. Os dois temas são prioridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o fim do mandato.
Segundo o ministro, o projeto do consignado privado “será um programa forte” e com impactos positivos na economia ainda este ano e também no longo prazo.
“Da mesma maneira que o consignado de aposentados e servidores [federais] gerou um potencial expressivo nos dois primeiros mandatos do presidente Lula, acreditamos que o consignado privado terá o mesmo efeito, que esperamos que seja no tempo, não do dia para a noite”, falou o ministro a jornalistas, nesta quinta-feira (13).
Haddad afirmou que, por ora, não é possível estimar impactos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, revisado para baixo, hoje, pela Secretaria de Política Econômica (SPE) de 2,5% para 2,3%.
Ele voltou a repetir que o Banco Central vai trabalhar para trazer a inflação para a meta, caso se confirme que o índice ultrapassará o teto estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “As indicações são boas sobre o que está acontecendo em relação a isso, a expectativa é que as coisas se acomodem antes do que o mercado prevê”, falou o ministro.
Haddad negou que haja uma contradição entre o consignado privado, que tende a fomentar o crédito no mercado, e as medidas tomadas pelo BC para desaquecer a economia. Segundo o ministro, não é justo que os trabalhadores paguem, hoje, 5,5% de juros ao mês sem a possibilidade de garantia que será oferecida pelo consignado privado.
“Acredito que ninguém possa defender uma temeridade dessa”, criticou o ministro. A intenção, disse Haddad, é migrar o público tomador desse crédito para uma taxa menor, como a de 2,5% ao mês. “É um abuso. O banco cobra porque não tem garantia, estamos criando um mecanismo de garantia para diminuir o spread”, falou o ministro.
Segundo ele, trata-se de uma “questão momentânea que está sendo resolvida”, já que, segundo o ministro, há R$ 86 bilhões de crédito já concedido.
Haddad também comentou aos jornalistas que o novo desenho do vale-gás ainda não está formatado.