Ainda em evidência, Donald Trump prometeu ontem assinar as tarifas recíprocas em breve, até mesmo nesta manhã, o que pode afetar diretamente o Brasil. Caso as medidas sejam confirmadas, a tarifa média imposta ao Brasil pelos EUA passaria dos atuais 2,2% para 11,3%, ao considerar as taxas atuais. O Bradesco estima, em relatório, que essa ação poderia reduzir cerca de US$ 2 bilhões nas exportações brasileiras. Em comparação, as tarifas de 25% sobre as importações de aço podem diminuir em até US$ 700 milhões a exportação brasileira do produto. Assim, qualquer movimento protecionista do líder republicano pode impactar os ativos domésticos nesta quinta-feira.
Ontem, os dados americanos de inflação pesaram sobre os vértices mais longos dos juros futuros locais e impediram um movimento positivo do Ibovespa na sessão de ontem. Somado ao recuo do setor de serviços em dezembro — confirmando a percepção de que a economia está desacelerando — o recuo em bloco de ações de bancos e a queda dos papéis da Petrobras e da Vale também ajudaram a incrementar as perdas no pregão. O índice fechou em queda firme de 1,69%, aos 124.380 pontos, após duas altas seguidas. O dólar, por sua vez, encerrou estável em queda de em queda de 0,08%, a R$ 5,7625.
Ainda na agenda desta quinta, os EUA publicam os pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana. Na semana anterior, houve 219 mil pedidos iniciais e estimam-se 216 mil novos pedidos. O mercado de trabalho também é um indicador importante para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), então, qualquer número muito diferente pode influenciar os mercados globais.