Autoridades alemãs investigam uma possível motivação extremista no atropelamento em massa desta quinta-feira (13), na cidade de Munique, que deixou pelo menos 36 vítimas, algumas em estado grave, incluindo uma criança de dois anos.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (14) durante uma entrevista coletiva em Munique. O vice-presidente do Departamento Regional de Investigação Criminal, Guido Limmer, afirmou na ocasião que estão investigando “uma certa orientação extremista” do suspeito, um cidadão afegão que solicitou asilo no país europeu.
Segundo as autoridades, foi encontrada uma mensagem na qual ele se despedia de um familiar antes do episódio. Contudo, ainda não há evidências de que o detido pertença a alguma organização específica.
A promotora Gabriele Tilmann, do Escritório Central para a Luta contra o Extremismo e o Terrorismo, também se referiu a “indícios de motivação extremista”, embora tenha admitido que menos de 24 horas após o atropelamento ainda não havia “respostas conclusivas”.
De acordo com Tilmann, o motorista detido era muito ativo nas redes sociais, onde se descreveu como “fisiculturista e modelo fitness”, mas também teria postado conteúdo religioso e gritado “Allahu Akbar” (Deus é o maior) quando foi preso.
Ainda segundo a promotora, o suspeito teria confessado o crime durante o interrogatório. “Ele admitiu que atacou deliberadamente os manifestantes”, afirmou.
O cidadão afegão, de 24 anos, comparecerá perante um juiz de instrução, nesta sexta-feira.
Segundo declarações da polícia do dia anterior, o suspeito chegou à Alemanha em 2016 e recebeu uma autorização de residência depois que seu pedido de asilo foi rejeitado.
Nesta quinta-feira, ele dirigiu até o final de uma manifestação sindical, deixando dezenas de vítimas, incluindo duas em estado crítico, oito em estado grave e dez em estado moderado.
O mais recente episódio de violência ocorre a poucos dias das eleições gerais da Alemanha, marcadas para o dia 23 de fevereiro.