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sexta-feira, março 14, 2025

É possível reverter o envelhecimento biológico?

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A fonte da juventude pode estar mais próxima do que você imagina, porém, o preço a ser pago pode ser uma mudança de hábitos de vida, enquanto a ciência não descobre o exato mecanismo do envelhecimento biológico.

Processos de oxidação celular com liberação de radicais livres, exposição a produtos tóxicos e radiação solar, estresse emocional, sono irregular, má alimentação, sedentarismo e claro, a sequência natural da existência, são fatores incluídos na equação do motivo pelo qual envelhecemos.

Todavia há alguma maneira de reverter esse processo para sermos eternamente jovens? Ao que tudo indica, mesmo nos melhores cenários, apenas conseguiríamos um pouco mais de tempo sem precisar recorrer ao botox. Mas as visitas médicas ainda seriam necessárias. 

Saiba um pouco mais sobre os avanços no estudo do envelhecimento e como podemos perpetuar nossa jovialidade por mais tempo.

O envelhecer está intimamente ligado à passagem do tempo, e até que a máquina do tempo seja inventada, não há como retroceder. (Fonte: Getty Images)

Há como parar o envelhecimento biológico?

Existem algumas teorias do envelhecimento que consideram a senescência como um processo complexo que inclui outras formas de envelhecer. Dentro desse aspecto, o envelhecimento biológico pode ser diferente do envelhecimento cronológico. 

O primeiro se refere a ‘idade’ aparente dos nossos sistemas biológicos, considerando a qualidade dos processos celulares, com replicações saudáveis e reparações eficientes que garantem, em certa medida, nossa saúde. 

Já o segundo se refere a passagem natural do tempo. Nesse quesito, nenhum de nós, nunca está ficando ou tem a possibilidade de ficar mais jovem.

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Fazemos essa distinção entre biologia e cronologia todos os dias ao dizer que alguém não parece ter a idade que tem. Nem sempre é um elogio. (Fonte: Getty Images)

Mas se não podemos parar o tempo, podemos ao menos tentar frear a biologia. Nesse interesse, pesquisadores têm se debruçado sobre a tarefa de conhecer e diferenciar os diversos fatores que nos fazem envelhecer.

Para algumas linhas de pesquisa, o envelhecimento está ligado à capacidade de vezes que nosso DNA possui para se replicar sem se tornar instável. Na ponta de cada um dos nossos alelos cromossômicos há uma pontinha, semelhante ao canutilho dos cadarços que impede que aquele emaranhado se desintegre.

Quem não gostava de amarrar os cadarços e ficava pisando nos canutilhos até eles desmancharem, sabe que o cadarço começa a desfiar depois de um tempo.

Como não podemos ‘pisar’ no nosso DNA, quem desfaz os telômeros, é a replicação do material genético, onde todas às vezes, perdemos um pedacinho dessa aguilha, diminuindo seu tamanho, até que ele se torne pequeno demais para novas replicações seguras.

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Sem estabilidade, as replicações passam a acumular danos no DNA, que podem gerar agravos de saúde e menor tempo de vida das células. (Fonte: Getty Images)

Contudo, mesmo antes de chegar no seu limite, essas divisões celulares podem acumular erros, o que contribuiria para um envelhecimento biológico patológico. Nesse sentido, teorias mais novas sobre o papel da epigenética no processo de envelhecimento ganham destaque. 

Mais recentemente, tem-se pensado sobre o papel da epigenética nos processos de envelhecimento. Sabemos que o ambiente e os hábitos de vida podem ser preditores de saúde, contribuindo para o desenvolvimento ou não de certas doenças, mesmo que dentro do nosso perfil genético haja predisposição ao desenvolvimento de patologias como câncer

Ao investigarem essas hipóteses, algumas pesquisas chegaram a um “interruptor epigenético”, a metilação do DNA, que pode ser um fator promissor nas investigações para o freamento do processo de envelhecimento. 

Porém, ainda que haja evidências bastante satisfatórias sobre o papel da metilação, estimulada pela epigenética, não se sabe se a inclusão desse metil após a síntese do DNA é a causa ou a consequência do envelhecimento biológico.

A restauração de fábrica

No campo das teorias epigenéticas e seu fator de influência para a senescência, a Teoria da Informação do Envelhecimento, proposta por David Sinclair e sua equipe, descreve que todas as células possuem um arquivo de backup oculto que poderia ser ativado, restaurando a capacidade das células se restaurarem e replicaram a partir da informação inicial, quando o corpo era jovem.

Pesquisas com roedores foram capazes de “retroceder” processos de envelhecimento celular ao dar um input para que as células sofressem uma reativação dessa informação, obtendo sucesso na recuperação das linhagens alvo, fazendo com que um roedor voltasse a enxergar, por exemplo.

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Seria uma vantagem utilizar essa ferramenta para restauração de sistemas adoecidos em nosso organismo. (Fonte: Getty Images)

Contudo, não se trata de fato de uma reversão celular, mas a garantia de novas linhagens saudáveis, pois as células alvo não irão retroceder no seu ciclo de vida, mas sim, produzir novas células viáveis, que perpetuarão novas divisões, por tempo limitado. 

Se quiser ser otimista, pode pensar que houve de fato um retorno ao ponto inicial de existência, dando um restart no processo de envelhecimento. Mas ele vai continuar acontecendo.

Com humanos, uma pesquisa recente publicada na Revista Nature Aging apresenta algumas alternativas para mantermos o envelhecimento biológico desacelerado, ganhando alguns meses no relógio biológico.

Segundo os dados, 777 suíços acima dos 70 anos foram acompanhados por três anos, seguindo um protocolo com utilização de vitamina D, ácidos graxos e ômega 3 e prática de exercícios físicos. 

Os participantes foram divididos em oito grupos, sendo que fora o grupo controle, os demais receberam uma, duas ou três das intervenções. Ao final do acompanhamento, percebeu-se que os grupos que receberam intervenções, seja única ou combinada, tiveram menores índices de queda, fator preocupante em idosos, assim como tiveram menor índice de desenvolvimento de câncer.

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Dos participantes, 59% eram mulheres acima dos 75 anos. Fator positivo do estudo. (Fonte: Getty Images)

Porém, ainda que o estudo apresente relações importantes, é necessário considerar que amostra, ainda que significativa, contempla apenas uma população específica.

Assim, estudos similares devem ser coordenados a fim de conhecer quais outros fatores epigenéticos precisam ser incluídos na equação para termos um panorama mais amplo para potencial de ação em prol desse freamento ou reversão de fatores de envelhecimento.

A pesquisa sobre o envelhecimento e como ele ocorre está ainda em seus passos iniciais. É preciso compreender os diversos fatores intrínsecos, desempenhados por nossos genes, assim como os extrínsecos, estimulados por fatores epigenéticos nesse fenômeno que pode ser freado, porém, até o momento, não parado ou revertido.

A fonte da juventude está ao alcance

Mas você não precisa de milhões em investimento para ter sua própria fonte da juventude. Considerando os estudos disponíveis, a chave para um envelhecimento saudável está ao alcance e depende, na maioria, dos seus hábitos de vida. 

Hábitos alimentares saudáveis, exercícios físicos, descanso, lazer, sono de qualidade, além de, atividades que mantenham seu cérebro estimulado possuem grande evidência científica com boas estratégias para um envelhecimento saudável. 

E aí, você é senescente ou senil? Sabe a diferença? A sua tarefa de hoje é descobrir qual a diferença e nos contar em nossas redes sociais. E para saber mais, saiba como parar o cronômetro da morte. Até mais! 

[Fonte Original]

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