Brasil recebeu nova indicação 15 anos depois, mas de forma indireta. Em 1960, o filme “Orfeu Negro” (1959), baseado na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro, mas, apesar de ser uma coprodução Brasil-Itália-França, de ser todo falado em português, ter música de Tom Jobim e Luís Bonfá e de ser estrelado por atores brasileiros, o longa é dirigido pelo francês Marcel Camus e foi indicado pela França, que levou a estatueta naquele ano.
Não demorou muito para o Brasil voltar ao Oscar, agora pelo filme “Pagador de Promessas” (1962). O longa de Anselmo Duarte, que rendeu ao Brasil sua única Palma de Ouro no Festival de Cannes, foi o primeiro filme que representou o país na categoria de melhor filme iInternacional, em 1963. Inspirado na peça homônima de Dias Gomes, a produção estrelada por Leonardo Villar e Glória Menezes é considerada um clássico do cinema nacional, mas foi desbancado no Oscar pelo longa francês “Sempre Aos Domingos”, de Serge Bourguignon.

Grande produtor de documentários, o Brasil entrou na competição a melhor longa documental somente em 1979, com “Raoni”, dirigido por Luiz Carlos Saldanha e pelo belga Jean-Pierre Dutilleux. A produção retrata a luta do líder indígena Raoni pela cultura e território indígena, mas o vencedor foi “Scared Straight!”.
Brasil voltou a figurar no Oscar em 1986 com “O Beijo da Mulher Aranha” (1985). O filme de Hector Babenco, baseado no romance de Manuel Puig, foi indicado nas categorias principais da premiação. A produção estrelada por Sônia Braga foi indicado a melhor filme, melhor diretor (Babenco), melhor roteiro adaptado e melhor ator para William Hurt —esta categoria foi a única vencida pelo longa.