Após iniciarem a semana em alta, os ativos americanos tiveram dificuldades para manter o rali nesta terça-feira. Os principais índices de ações de Nova York fecharam em leve alta, após oscilarem durante o dia, enquanto o dólar e os rendimentos dos Treasuries se enfraqueceram após novos dados fracos de confiança do consumidor. Ontem, as bolsas ganharam força com a perspectiva de que o pacote de tarifas recíprocas a ser anunciado por Donald Trump no dia 2 de abril seria mais brando do que o esperado, mas a recuperação não se sustentou, à medida que o cenário permanece incerto.
Por volta das 18h10 (de Brasília), o índice DXY recuava 0,05%, aos 104,20 pontos. No mesmo horário, os rendimentos das T-notes com vencimento em dois anos recuavam para 4,034%, de 4,043% no fechamento anterior, e os rendimentos das T-notes com vencimento em dez anos caíam para 4,321%, ante 4,346% na última sessão.
Os rendimentos dos Treasuries e o dólar ampliaram as perdas após o índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos medido pelo Conference Board apresentar mais uma queda, pelo quarto mês consecutivo, de 7,2 pontos, para 92,9 em março. O resultado ficou abaixo do consenso de 93,5 pontos dos analistas consultados pelo “The Wall Street Journal” e reflete a deterioração das expectativas dos americanos sobre a economia, em meio à incerteza sobre a política comercial dos Estados Unidos e temores de recessão.
O subíndice de expectativas dos consumidores caiu para 65,2, representando o menor nível em 12 anos e ficando abaixo da marca de 80 pontos, o que costuma indicar uma recessão à frente. Além disso, a expectativa de inflação média subiu de 5,8% para 6,2%.
Ainda no cenário macro, as vendas de moradias novas nos Estados Unidos subiram 1,8% em fevereiro ante janeiro, totalizando 676 mil, segundo o Census Bureau. A leitura ficou abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta de 3% na base mensal. Em relação ao mesmo período no ano anterior, o avanço foi de 5,1%.
Em Wall Street, o índice Dow Jones teve alta de 0,01%, aos 42.587,44 pontos, o S&P 500 subiu 0,16%, aos 5.776,62 pontos, e o Nasdaq avançou 0,46%, aos 18.271,855 pontos. Entre os setores do S&P 500, comunicação (+1,43%) e consumo discricionário (+0,98%) tiveram os maiores ganhos, enquanto serviços públicos (-1,61%) e saúde (-1,29%) lideraram as perdas.
Em nota, o UBS WM diz que as últimas notícias sugerindo uma abordagem mais direcionada para as tarifas americanas reduziram parte das preocupações sobre a magnitude da guerra comercial. No entanto, isso ainda precisa ser confirmado pelo governo, que pode mudar de curso rapidamente enquanto negocia com seus parceiros comerciais.
“A ameaça de uma nova escalada tarifária continua sendo uma preocupação central”, diz o banco. Os analistas do UBS esperam maior volatilidade no mercado de ações em abril, mas ainda têm recomendação de compra para as ações americanas. “A incerteza política nos EUA pode levar a volatilidade de curto prazo, mas acreditamos que os ventos favoráveis estruturais da inteligência artificial e o sólido crescimento dos lucros devem impulsionar os mercados assim que essa incerteza diminuir.”