13/03/2025 – 17:15
A FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo nesta quinta-feira, 13. De acordo com o pedido, a universidade tem dívidas que somam mais de R$ 116 milhões.
No pedido que a IstoÉ Dinheiro teve acesso, a FMU aponta a pandemia de Covid-19 como a grande responsável pela dificuldade financeira do grupo educacional, que pertence à gestora americana Farallon Capital Management desde 2020. No texto e companhia afirma que durante a pandemia a menor geração de renda impactou negativamente na busca por uma graduação.
“Tudo isso resultou no crescimento do número de evasão de alunos, que deixaram de frequentar os cursos em que estavam matriculados, na redução do número de matrículas do ano seguinte e, por fim, derrubou sensivelmente a receita da Requerente, diante do aumento do número de alunos inadimplentes”, afirmou a companhia no pedido apresentado à justiça.
O pedido também reforçou que as mudanças no FIES em 2019 aumentaram as dificuldades do grupo na luta contra a inadimplência. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), as novas regras excluíram, ao menos, 10% dos estudantes que solicitaram o financiamento em 2019.
Os passivos reconhecidos no pedido são: R$ 2,1 milhões em dívidas trabalhistas, R$ 113 milhões em compromissos assumidos junto aos fornecedores nacionais e instituições financeiras e R$ 1,1 milhão de obrigações em aberto com microempresas e empresas de pequeno porte. Já os créditos fiscais, que não se sujeitam aos efeitos da RJ, correspondem a R$ 57 milhões. No total, os créditos sujeitos e recuperação judicial são de R$ 116.447.831,00.
A entidade reforça que esse pedido não interfere na aulas, que seguem sendo ministradas normalmente. A FMU também destaca que os salários dos professores e funcionários estão em dia e que não há previsão de que ocorram demissões.
O centro universitário foi criado em 1968 e está presente em todo o Brasil, com a maior parte dos campi em São Paulo. Atualmente conta com 1.100 funcionários e mais de 60 mil alunos, com 43% deles em cursos presenciais e 57% na modalidade EAD.