A subida de ações ligadas a commodities, como Petrobras e Vale, somada a uma alta expressiva de papéis de bancos, ajudou a turbinar o desempenho do Ibovespa na sessão de hoje, que fechou em alta de 2,64%, aos 128.957 pontos, perto da máxima de 129.194 pontos. Na mínima intradiária, o índice chegou a tocar os 125.647 pontos. O dia foi mais positivo para ativos de risco ao redor do mundo.
Na semana, o Ibovespa teve ganhos de 3,14%, na maior alta semanal desde 9 de agosto de 2024, quando avançou 3,78%. Em linha com os ganhos nos preços do petróleo, as ações da Petrobras tiveram alta: as PN subiram 3,08%, enquanto as ON avançaram 3,90%.
Da mesma forma, os papéis da Vale registraram valorização de 3,28%, em um dia de subida de mais de 2% nos preços dos contratos futuros de minério de ferro. Hoje, a China orientou bancos a incentivar empréstimos e o uso de cartões de crédito em uma nova tentativa de impulsionar a confiança dos consumidores, o que ajudou ações de commodities.
O estrategista-chefe de ações da Genial Investimentos, Filipe Villegas, avalia que o movimento bastante positivo de hoje do Ibovespa foi fruto de uma perspectiva de maior estímulo ao consumo na China, além de uma recuperação das bolsas globais. Novas pesquisas eleitorais que reforçaram a perda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também impulsionaram os ganhos do índice na sessão.
Em uma semana de fortes correções nas bolsas americanas, o Ibovespa fechou o período com alta de 3,14%. Eduardo Carlier, codiretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, defende que o desempenho mais positivo do índice nos últimos dias foi puxado por uma mudança de visão acerca do “excepcionalismo americano”, que forçou uma tentativa de reequilíbrio das alocações para o resto do mundo, aliado a uma percepção de crescimento econômico mais fraco no Brasil e nos Estados Unidos.
“Não foi só a bolsa que recuperou. Os juros fecharam bem. Há uma expectativa menos agressiva em relação à Selic”, diz o executivo.
Hoje, as vendas no varejo tiveram queda de 0,1% em janeiro, abaixo do esperado pelo mercado, que aguardava uma alta de 0,3%. Na visão do Bradesco, a combinação do resultado do varejo brasileiro em janeiro com o desempenho dos serviços no mês parece indicar “um começo de ano tímido para o crescimento do consumo”.
Mesmo em meio ao vaivém de medidas tarifárias por parte do presidente americano, Donald Trump, o diretor da Azimut defende que uma piora dos ativos domésticos seria possível se o cenário-base migrasse para uma recessão nos Estados Unidos. “Não é a maior probabilidade hoje. Ainda precisamos da confirmação de dados.”
Villegas, da Genial, também defende que uma eventual sinalização de recessão mais próxima voltaria a piorar os mercados. “O investidor deixaria de rotacionar e passaria a buscar um porto seguro, como dólar e ouro. Nesse cenário, se o VIX aumentar, seria ruim para Brasil”, avalia.
Entre as maiores altas da sessão ficaram os papéis do Magazine Luiza, que subiram 13,48%. Analistas do Bradesco BBI ressaltaram que a companhia teve resultados dentro do esperado, com melhoria em indicadores de rentabilidade.
Já na ponta contrária, as ações da Natura & Co tombaram, com uma queda de 29,94%, a R$ 9,50, na mínima histórica dos papéis. Com isso, o valor de mercado da empresa chegou a R$ 13,2 bilhões. Analistas do Citi afirmaram que a companhia registrou boas tendências de faturamento no quarto trimestre, mas que os custos e despesas altos deixaram os números consolidados abaixo do esperado.