Acessibilidade
A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo em volume de negociação, vendeu uma participação minoritária para a MGX, empresa de investimentos estatal dos Emirados Árabes Unidos, por US$ 2 bilhões (R$ 11,66 bilhões). O acordo foi pago em uma stablecoin não especificada, segundo um comunicado da Binance na quarta-feira (12). A corretora acrescentou que esse é o primeiro investimento institucional da empresa árabe — algo endossado pelo anúncio da MGX — e o maior do mundo em uma companhia de criptomoedas. A Binance não divulgou detalhes sobre o tamanho da participação vendida, a data de conclusão do acordo ou como pretende utilizar os recursos.
A MGX afirmou em seu anúncio que está financiando o Stargate, um projeto de infraestrutura de IA avaliado em US$ 500 bilhões (R$ 2,91 trilhões) nos EUA, liderado pela desenvolvedora do ChatGPT, OpenAI, e pelo gigante japonês de investimentos em tecnologia, SoftBank Group.
O investimento acontece em um momento favorável ao setor cripto, impulsionado em grande parte pelos planos do presidente americano Donald Trump de criar um ambiente regulatório mais amigável para ativos digitais. No mês passado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) solicitou a um tribunal a suspensão de seu processo contra a Binance, em uma ação conjunta com a corretora. O órgão regulador havia processado a Binance e seu fundador bilionário, Changpeng Zhao, em 2023, acusando a empresa de mau gerenciamento de fundos de clientes e manipulação de volumes de negociação, entre outras infrações.
No mesmo ano, a Binance se declarou culpada por violar leis americanas contra lavagem de dinheiro e concordou em pagar US$ 4,3 bilhões (R$ 25,07 bilhões) em multas. Como parte do acordo com as autoridades dos EUA, Zhao renunciou ao cargo de CEO da Binance em 2023 e cumpriu quatro meses de prisão por violações relacionadas à lavagem de dinheiro em 2024. Ele foi sucedido por Richard Teng, ex-regulador da Bolsa de Cingapura e ex-CEO da Autoridade de Serviços Financeiros de Abu Dhabi.
Zhao fundou a Binance em 2017 e, desde então, expandiu a empresa até se tornar a maior corretora de criptomoedas do mundo, ao ponto de processar mais de US$ 11 bilhões (R$ 64,13 bilhões) em volume de negociação, nas últimas 24 horas, segundo o site Coingecko. Zhao, que ainda detém a maior parte da Binance, é a pessoa mais rica do setor cripto, com um patrimônio estimado em mais de US$ 60 bilhões (R$ 349,8 bilhões), de acordo com a Forbes. Após ser libertado da custódia dos EUA em setembro de 2024, Zhao assumiu um cargo de consultor na divisão de capital de risco da Binance, a YZi Labs, informou a corretora em janeiro. A YZi Labs, anteriormente chamada de Binance Labs, investe em startups de blockchain, inteligência artificial e biotecnologia.