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sexta-feira, março 14, 2025

Metade dos agricultores no Brasil usa produtos feitos a partir de elementos naturais

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Um levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária revela dados que indicam uma produção de alimentos menos nociva à natureza e mais saudável para os consumidores. Segundo a pesquisa, cerca de 50% dos produtores brasileiros usam bioinsumos em suas lavouras. Isso coloca o país na liderança do uso de produtos biológicos feitos a partir de elementos naturais para controlar pragas e aumentar a produtividade. Além disso, o Brasil se consolidou como o líder na produção desses biofertilizantes, tornando-se modelo para todo o mundo.

O ministério destaca que, em quase 20 anos de inovações no setor, o país já tem registrados 662 produtos de baixo impacto. Isso reflete uma evolução significativa, considerando que aproximadamente 75% deles chegaram ao mercado entre 2008 e 2024.

Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Goulart ressalta que esse cenário posiciona o Brasil na vanguarda da transição para uma agricultura mais sustentável, com taxa de crescimento da produção de bioinsumos de 30% ao ano – quase o dobro do crescimento global, que é de cerca de 18%:

– O estímulo ao uso de bioinsumos é impulsionado por um diálogo constante entre governo, produtores e pesquisadores, com o objetivo de assegurar a segurança e a eficácia desses produtos, promovendo inovação e novas soluções. Além disso, a utilização de tecnologias e o aumento da oferta de soluções sustentáveis têm sido fundamentais para consolidar a liderança do Brasil nesse mercado emergente.

Impacto econômico e projeções futuras

O mercado de bioinsumos no Brasil experimentou um crescimento significativo na safra 2023/2024, com aumento de 15% em relação ao ano anterior. O setor movimentou R$ 5 bilhões, consolidando-se como um dos pilares da agricultura brasileira. Os produtos biológicos agrícolas englobam uma gama de soluções, como bioestimulantes, inoculantes, e defensivos biológicos, que estão ganhando cada vez mais espaço nas lavouras do país.

Globalmente, o mercado de bioinsumos foi avaliado em cerca de US$ 14 bilhões em 2023, e as previsões indicam que o setor poderá atingir um valor de US$ 45 bilhões até 2032 – taxa de crescimento anual de 14%. No Brasil, atualmente, cerca de 40 milhões de hectares já utilizam bactérias promotoras de crescimento de plantas, e 10 milhões de hectares fazem uso de outros bioinsumos para o controle de pragas.

– O uso de bioinsumos oferece uma série de benefícios ambientais e econômicos. Esses produtos, baseados em microrganismos e extratos vegetais, ajudam a aumentar a fertilidade do solo, controlar pragas de maneira mais eficiente e biodegradável, além de promoverem uma agricultura mais sustentável. Com a crescente demanda por soluções ecológicas, os bioinsumos têm se mostrado uma alternativa viável para mitigar os impactos ambientais da agricultura convencional – explica Luiz Eugênio Pontes, diretor comercial da Fertsan, empresa brasileira que desenvolve bioestimulantes.

O caminho para a adoção plena dessas tecnologias no campo, porém, ainda enfrenta desafios. Segundo Carlos Goulart, a transição para o uso de bioinsumos não é imediata.

– Apesar dos avanços regulatórios, a utilização dos bioinsumos no campo leva algum tempo para se concretizar, o que reforça a importância de continuar a promover o diálogo entre os envolvidos no setor, produtores, consultorias e técnicos – afirma o secretário de Defesa Agropecuária do ministério.

[Fonte Original]

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