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quinta-feira, abril 24, 2025

Prefeito de Belém provoca organismos internacionais a “ajudar mais e falar menos”

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Igor Normando (MDB), prefeito de Belém, cidade que será sede da COP30 em novembro, disse nesta quinta-feira que está grato pela realização do evento das Nações Unidas na capital do Pará e que está disposto a engajar mais a sua gestão com as soluções propostas para enfrentar as mudanças climáticas. Contudo, provocou a comunidade internacional a entender melhor a realidade dos habitantes de municípios da Amazônia antes de impor exigências relacionadas à preservação ambiental.

“Por ser prefeito de Belém agora com a COP tenho acompanhado o debate mais perto do que antes”, revelou Normando durante o evento “Momento decisivo para enfrentamento da crise climática global”, realizado nesta quinta-feira pelo Valor, “O Globo” e CBN em Belém, no Pará. Ele reconheceu que a classe política em geral trata o tema da emergência climática com certa distância, mas observou que a tragédia com inundações do Rio Grande Sul, no ano passado, ajudou gestores públicos a olhar para a questão climática com outros olhos.

Mas o prefeito de Belém repetiu várias vezes que os debatedores do clima, principalmente os que não vivem no Brasil, precisam fazer mais e falar menos, clamando, sobretudo, por uma resolução satisfatória em relação ao financiamento internacional para incentivar os produtores amazônidas a verem a preservação do meio ambiente como uma vantagem capaz de garantir o bem-estar local.

“É fundamental que aqueles que tanto falam possam ajudar a fazer”, disse Normando, destacando que a realização da COP30 em Belém será uma oportunidade para “abrir os olhos do mundo sobre como o povo amazônida e ribeirinho vive. O Brasil está cansado de muito falar e muito fazer”, adicionou o prefeito de Belém citando genericamente “organismos internacionais”.

Em tom de desabafo, Normando rebateu críticas em relação às preocupações que pairam sobre as dificuldades logísticas de Belém para acomodar as 50 mil pessoas que devem ir à cidade para a COP30 em Belém. “Muitos países dizem que Belém não deveria sediar a COP porque não temos hotel cinco estrelas e não é uma cidade feita para turistas”, reclamou.

“Masse queremos discutir, temos que debater nas raízes do problema. Não adianta discutir meio ambiente num hotel cinco estrelas.”

Normando reconheceu, por exemplo, que Belém é uma cidade com uma das menores taxas de área verde do Brasil, apesar de estar na Amazônia, e que a adaptação climática no município é um grande desafio. Mas novamente reiterou que a ajuda internacional precisa chegar para ajudar a solucionar os problemas e não permitir que a COP30 seja um evento de debates que não traz soluções para as populações locais que precisam ser incentivadas a mudar suas práticas com o meio ambiente.

“É preciso compreender e ter empatia sobre os problemas da nossa sociedade. E solidariedade entre os povos”, disse Normando. “Quem está discutindo clima na Europa precisa financiar.”

Igor Normando, ao centro — Foto: Foto: Fabio Lucena/Valor

[Fonte Original]

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