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Em Washington, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou, após reunião dos representantes dos ministérios de finanças e dos bancos centrais do Brics, nesta terça-feira (22), que posições protecionistas colocam em risco a economia global, que se mostrou resiliente nos últimos choques. O encontro foi realizado em meio às reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, onde o clima é de incerteza.
“Nos anos recentes, a economia global tem mostrado resiliência ante a diversos choques. Entretanto, a recuperação em relação a estes choques vinha se mostrando desigual. A emergência unilateral de posturas protecionistas altera esse cenário”, afirmou a secretária.
Para Rosito, esse risco protecionista prejudica os investimentos e os organismos multilaterais já estão baixando as projeções de crescimento. “Organismos financeiros internacionais já estão revendo as projeções de crescimento para baixo. A incerteza resultante prejudica investimentos. Os efeitos completos para o desenvolvimento sustentável ainda precisam ser conhecidos”, disse Rosito que tem atuado nas negociações de financiamento climático.
Para Tatiana, a agenda desta terça foi positiva. Segundo ela, apesar de o cenário internacional estar muito difícil, o Brics tem potencial “força estabilizadora” em reforço do multilateralismo. Segundo a secretária, as discussões têm se intensificado e contribuem para melhorar a coordenação de esforços.
A cúpula dos líderes do Brics acontecerá em julho no Rio de Janeiro. O encontro do grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além de nove nações parceiras — Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão —, será em meio a um cenário de tensões globais devido às incertezas econômicas, reflexo da política tarifária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem imprimindo uma agenda com forte impacto nas relações comerciais mundiais.
Guerra tarifária que voltou a ser criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, em Brasília, que disse que a imposição de tarifas não é conveniente para nenhum país do mundo, inclusive para os Estados Unidos.
Tatiana Rosito começou o dia em um evento organizado pela European Climate Foundation no qual foi discutido o legado da presidência do Brasil no G20 e o Roadmap Baku-Belém para a COP30, que também acontece no Brasil, na capital do Pará, em novembro deste ano. No encontro, foram debatidas formas para aprimorar os mecanismos de financiamento de projetos de transição climática para garantir maior eficiência aos desembolsos dos investimentos.
A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda está em Washington para as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial que acontecem nesta semana na capital dos EUA. Tatiana Rosito está representando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas agendas do encontro, e tem reforçado o compromisso brasileiro nas agendas do clima e governança global.