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Os eleitores do Equador vão às urnas neste domingo para o segundo turno das eleições presidenciais, uma disputa acirrada entre o atual presidente Daniel Noboa, aliado de Donald Trump, e a líder da oposição, Luisa González, uma socialista que quer reformular o modelo econômico do país.
No primeiro turno de fevereiro, menos de 17 mil votos separavam Noboa de González. Pesquisas antes do período de silêncio de 10 dias sugerem outra votação acirrada, potencialmente indicando uma espera mais longa do que o normal antes que um vencedor seja oficialmente declarado.
A economia do Equador está entre as de pior desempenho nas Américas, com contração de 0,7% no ano passado, de acordo com uma estimativa do Banco Mundial. Seu desempenho foi prejudicado por apagões de energia, queda na produção de petróleo, bem como pelo aumento da violência das drogas e pela expansão de gangues de extorsão em áreas antes seguras.
Uma vitória de González no país de 18 milhões de pessoas provavelmente anunciaria um déficit fiscal maior, já que ela prometeu aumentar os gastos sociais e reverter o aumento do imposto sobre valor agregado do ano passado. Ela também realinharia a política externa do país, inclusive reconhecendo Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
Noboa diz que reduzirá os gastos do programa nacional de 4,4 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e aumentará o envolvimento do setor privado na produção de petróleo. O presidente, um dos três únicos presidentes latino-americanos a comparecer à posse de Trump, também prometeu prosseguir com a guerra contra as gangues de drogas que fizeram do Equador um dos países mais violentos do mundo.
Os homicídios aumentaram mais de seis vezes desde 2018, à medida que gangues lutam pelo controle, especialmente em torno dos portos do Pacífico do país, onde tentam insinuar pacotes de cocaína em carregamentos de peixe, camarão e bananas. Noboa, que vem de uma família rica de exportadores de banana, é popular entre os investidores depois de cortar os subsídios à gasolina e aumentar os impostos para garantir financiamento do FMI e de outros credores multilaterais.
Os títulos soberanos do Equador são os de pior desempenho nos mercados emergentes este ano, com uma queda que começou depois que González se saiu muito melhor do que as pesquisas previam no primeiro turno. Uma vitória de Noboa provavelmente desencadearia uma recuperação nos títulos soberanos do país, enquanto uma derrota aceleraria a queda.