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A saída abrupta de um executivo sênior de negociação do Morgan Stanley no mês passado foi motivada por uma investigação interna sobre suas interações com colegas, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
A empresa demitiu Kow Atta-Mensah, que comandava a unidade global de commodities, após investigar alegações de que ele teria feito comentários inapropriados a colegas, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas ao discutir a análise confidencial. Não houve explicação para a saída na época.
“O Morgan Stanley optou por demitir um funcionário da mais alta veracidade, lealdade e honra”, disse seu advogado, John Singer, em um comunicado. “O Sr. Atta-Mensah pretende processar suas alegações de demissão injusta de forma agressiva no tribunal e aguarda uma plena e completa absolvição.”
No Morgan Stanley, Atta-Mensah comandava uma das maiores corretoras de commodities de Wall Street, competindo com empresas como Goldman Sachs Group Inc. e J.P. Morgan Chase & Co. Ele assumiu o cargo em 2023, um período de crescimento da receita no setor, após galgar posições desde 2006.
Wall Street — como grande parte do mercado corporativo americano — tem enfrentado crescente pressão nos últimos anos para reprimir comportamentos inadequados e tornar seus pregões mais receptivos a todos. Mas, em um setor conhecido por pagar milhões de dólares por ano a executivos seniores, lidar com supostos maus comportamentos também se mostrou um desafio — potencialmente gerando contra-demandas onerosas daqueles que se opõem a demissões.
Um porta-voz do Morgan Stanley não quis comentar. A empresa descreveu o motivo da demissão de Atta-Mensah como “preocupações com a comunicação com colegas” em um documento regulatório visto pela Bloomberg. O processo, conhecido como U-5, especificou que ele não foi demitido por violar estatutos, regulamentos, regras ou padrões de conduta do setor relacionados a investimentos.
“Uma investigação interna fraudulenta à qual ele foi injustamente submetido não revelou qualquer tipo de assédio sexual”, disse Singer, seu advogado. “O U-5 que o Morgan Stanley apresentou à Finra (Autoridade Reguladora da Indústria Financeira) em nome do Sr. Atta-Mensah corrobora isso.”
Singer afirmou em comentários subsequentes que “além disso, não houve alegações de assédio sexual. Foi tudo muito barulho por nada, foram apenas interações benignas com colegas.”
Sócio do escritório de advocacia Singer Deutsch LLP, Singer representou homens poderosos do setor financeiro demitidos por alegações de má conduta. Alguns de seus outros clientes de destaque incluem Omeed Malik, que deixou o Bank of America Corp., e Harold Ford Jr., ex-congressista do Tennessee que trabalhou no Morgan Stanley. Malik, agora um importante aliado da família Trump, foi cofundador da empresa de investimentos 1789 Capital, que contratou Donald Trump Jr. como sócio no ano passado.
Atta-Mensah, natural de Gana e que se mudou para a Califórnia aos 5 anos, formou-se no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 2004. Ele e sua esposa criaram o Fundo Kow e Josie Atta-Mensah para expandir as oportunidades para estudantes de minorias em engenharia e ciências. Ele estava entre os diretores-gerentes do Morgan Stanley que assinaram uma carta promovendo a justiça racial após o assassinato de George Floyd em 2020.
Ele assumiu o comando da unidade de commodities após a saída dos dois chefes anteriores da unidade devido ao uso não autorizado do WhatsApp.
A decisão de demiti-lo ocorreu após uma revisão interna que analisou uma reclamação apresentada e também outras conversas, com os líderes da empresa concluindo que havia um padrão, disseram pessoas com conhecimento do assunto. Alguns executivos do Morgan Stanley foram informados de que seu comportamento era inaceitável para alguém de sua posição na empresa e que a empresa não poderia tolerá-lo, disseram as pessoas.