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sexta-feira, abril 25, 2025

Globo avança em negócios e lucra R$ 1,99 bilhão

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A Globo Comunicação e Participações (GCP), maior empresa de mídia do país, encerrou 2024 com crescimento nos principais indicadores operacionais e com uma estrutura financeira sólida. A receita de vendas atingiu R$ 16,4 bilhões, alta de 8% sobre 2023. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 1,55 bilhão, crescimento de 26% sobre o exercício anterior, enquanto o lucro líquido fechou o ano em R$ 1,99 bilhão, 138% acima de 2023. “Foi um ano extraordinário, poderíamos dizer que tudo andou muito bem, com bom desempenho em todas as frentes de negócios”, diz Manuel Belmar, diretor de produtos digitais, finanças, jurídico e infraestrutura da Globo.

O lucro líquido foi fruto de uma combinação de fatores, que incluiu o forte desempenho operacional e a boa performance do resultado financeiro. Houve ainda contribuição de duas aquisições feitas pela Globo no fim de 2024 – do Telecine e da Eletromidia, empresa de publicidade “out-of-home” -, cujos resultados passaram a ser consolidados na Globo em novembro e dezembro, respectivamente, e que permitiram aumentar em cerca de R$ 70 milhões o Ebitda da GCP no ano passado.

Em dezembro de 2024, a Globo elevou de 27% para 75% a fatia acionária na Eletromidia, e, ao fazê-lo, passou a consolidar os resultados da empresa no seu balanço. Essa contribuição pode se ampliar ainda mais a partir deste ano, uma vez que a Globo anunciou uma Oferta Pública de Ações (OPA) para comprar os restantes 25% da Eletromidia, em uma operação que deve demandar investimentos de cerca de R$ 1,2 bilhão.

No caso do Telecine, a Globo comprou por valor simbólico a parcela remanescente de três estúdios (Amazon, Paramount e NBC Universal), e passou a controlar 100% do negócio. “Temos o Telecine como uma oferta complementar a todo o portfólio de conteúdo linear [TV aberta e canais pagos] e VOD [vídeo sob demanda] dentro do ecossistema Globo”, diz Belmar.

Esse ecossistema considera um “mix” de modelos de distribuição que inclui conteúdo gratuito da TV aberta e dos portais (globo.com, G1, GE e Gshow, entre outras propriedades de mídia). E também compreende conteúdo pago em um portfólio digital no qual se inserem os canais pagos e o Globoplay, a plataforma de streaming do grupo que oferece uma gama variada de produtos da Globo, produções originais e conteúdo estrangeiro.

“O mais importante é que todos esses componentes, quando somados, indiquem evolução e crescimento e mostrem que estamos avançando na transição entre modelos de distribuição [do tradicional para o digital]”, diz Belmar.

Em 2024, a família de produtos digitais da Globo continuou crescendo ao ritmo de dois dígitos. A base de assinantes do Globoplay cresceu 42% no ano passado em relação a 2023, enquanto no Premiere Play a alta foi de 41%. Esse crescimento reflete o compromisso da Globo em investir na produção de conteúdo original, em uma carteira estratégica de direitos esportivos e em tecnologia de ponta.

Um exemplo desse compromisso da Globo é a consagração do primeiro filme Original Globoplay, “Ainda Estou Aqui”, que garantiu Oscar inédito para o Brasil e um Globo de Ouro para a atriz Fernanda Torres. “O fato de o primeiro filme original Globoplay ter alcançado três indicações ao Oscar e uma estatueta coloca a Globo e o Globoplay cada vez mais aos olhos do mercado mundial”, afirma Belmar. “Ainda Estou Aqui” estreia no Globoplay no domingo, 6 de abril.

Houve ainda outras boas notícias: a inauguração do maior estúdio de produção virtual da América Latina, nos Estúdios Globo; e os acordos com as ligas LFU e Libra, que asseguram à Globo a transmissão de 9 dos 10 jogos por rodada da série A do campeonato Brasileiro, sendo oito deles exclusivos, nos próximos cinco anos.

Belmar destacou também a posição de caixa da Globo como um indicativo da solidez do balanço. Em 2024, mesmo depois das aquisições e do pré-pagamento de 20% da dívida, o caixa da Globo permaneceu robusto. Em dezembro do ano passado, o caixa era da ordem de R$ 13,6 bilhões, 4% abaixo de 2023. “Achamos que era oportunidade de alocar caixa e pré-pagamos dívida”, diz Belmar.

Foi um ano extraordinário com bons resultados nos negócios”

— Manuel Belmar

A dívida bruta da GCP ficou em R$ 6,6 bilhões no ano passado, alta de 30% sobre 2023. A dívida cresceu pelo efeito da valorização de 27% do dólar ante o real no exercício e também pela consolidação da dívida bruta da Eletromidia no balanço da GCP.

Belmar diz que o efeito do câmbio se reflete no resultado financeiro da empresa, mas observou que a Globo está protegida por meio de “swaps” [contratos de proteção] de moeda que cobrem 100% da dívida. “Temos uma situação financeira e econômica sólida, voltando quase aos dois dígitos de margem”, afirma. A margem Ebitda da GCP foi de 9% no ano passado, superior aos 8% de 2023.

Para 2025, o cenário é desafiador, segundo o executivo: “O ano começa com grandes desafios. A combinação da questão fiscal com mais inflação, que eleva os juros, vai cobrar um preço na atividade econômica. Mas nos preparamos com [perspectiva de] taxas de crescimento mais conservadoras e olhamos o cenário dia após a dia tentando achar caminhos alternativos para propor soluções aos clientes que possam mitigar os efeitos da desaceleração econômica.”

Algo que pode ajudar este ano, diz Belmar, é que existe um cenário de desemprego dos mais baixos em níveis históricos na economia brasileira, o que auxilia na recuperação da massa salarial e, com algum alívio de carga tributária a médio prazo para quem ganha menos (caso da isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil), pode haver um estímulo ao consumo, o que tende a beneficiar a indústria do entretenimento.

Da receita total da Globo no ano passado, 66% tiveram origem na publicidade e 34% na área de conteúdo. Historicamente essa relação é de 60%-40%. Em 2024, porém, a participação da publicidade foi maior, uma vez que as receitas da área cresceram 14% e atingiram R$ 10,8 bilhões ante R$ 9,57 bilhões em 2023. Já a receita com conteúdo ficou estável sobre o ano anterior e somou R$ 5,1 bilhões.

Os custos totais, por sua vez, subiram 7% no ano passado sobre 2023 como resultado do desembolso com direitos esportivos relacionados à Olimpíada de Paris. Mas as despesas gerais e administrativas caíram 2% no exercício, o que reflete a continuidade dos esforços da Globo na disciplina de custos, diz Belmar.

A GCP reúne os ativos de TV aberta e fechada e um amplo portfólio digital que inclui o Globoplay e os portais globo.com, G1, GE e Gshow, entre outros. A GCP integra o Grupo Globo, formado também por Editora Globo (que edita o Valor), Globo Ventures, Sistema Globo de Rádio e Fundação Roberto Marinho.

[Fonte Original]

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