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terça-feira, abril 29, 2025

Ibovespa recua com guerra comercial entre China e EUA; Vale perde R$ 34 bi

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A escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China pressionou o Ibovespa nesta terça-feira. Com o fim do prazo dado por Donald Trump para que Pequim retirasse suas tarifas retaliatórias, o governo dos EUA anunciou que vai taxar produtos chineses num total de 104%, o que intensificou a aversão ao risco.

Em meio ao receio de uma recessão global, a desvalorização do yuan promovida pelo governo chinês derrubou as ações da Vale, que perdeu R$ 34,5 bilhões em valor de mercado desde o anúncio do “tarifaço”, na quarta-feira passada. Atualmente, a companhia é avaliada em R$ 223,9 bilhões.

O Ibovespa recuou 1,32%, aos 123.932 pontos, próximo à mínima de 123.454 pontos, enquanto a máxima foi de 127.652 pontos. O giro financeiro do índice foi de R$ 21 bilhões e de R$ 27 bilhões na B3 (até as 17h45). Em Nova York, o Nasdaq caiu 2,15% e o S&P 500 cedeu 1,57% e o Dow Jones teve queda de 0,84%.

A falta de visibilidade dos mercados impulsionada pela postura de Trump criou um ambiente de incertezas sem precedentes, avalia Marcelo Nantes, gestor de renda variável do ASA. Segundo ele, se antes os EUA eram um país em que era possível traçar cenários, a guerra comercial rompeu esse padrão.

“O que Trump conseguiu fazer nos últimos 30 dias é colocar uma incerteza no mercado que não existia. E a incerteza é a pior coisa para o mercado”, afirma o gestor. “Já o risco é ótimo. A gente analisa, calcula, mensura e toma o risco. Esse é o nosso trabalho. A incerteza é muito ruim porque é um risco que se não consegue mensurar.”

As ações da Vale encerraram em forte queda de 5,48% nesta terça-feira, pressionadas pela desvalorização do yuan. A moeda chinesa foi enfraquecida pelo governo local, que ajustou sua taxa de câmbio oficial para além de um de um patamar chave. A medida visa compensar a perda de competitividade com as tarifas dos Estados Unidos, mas também afeta o poder de compra da China, aumentando as preocupações sobre a demanda do minério de ferro.

Outras ações commodities também registraram forte queda, como os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras, que recuaram 3,20% e 3,56%, cujo valor de mercado passou a R$ 430,9 bilhões, uma queda de R$ 75,5 bilhões desde o anúncio das tarifas americanas. Entre as maiores desvalorizações do dia, CSN ON cedeu 5,70%, Braskem PNA caiu 5,62% e Usiminas PNA perdeu 4,66%.

Em meio a um cenário de alta volatilidade, Trump deu à China um prazo até as 13h (horário de Brasília) de hoje para informar se retiraria as tarifas retaliatórias de 34%. Sem resposta de Pequim, os EUA irão impor a partir desta quarta-feira (09) alíquotas de 104% sobre todas as importações chinesas.

O diretor de investimentos da Nau Capital, Maurício Valadares, afirma que o incremento nas tarifas contra a China afeta diretamente países que dependem do gigante asiático em termos comerciais.

“Um menor crescimento chinês implica, muito provavelmente, menor comércio, o que tende a piorar as exportações de nações como Brasil, Chile, Austrália. Por isso, as moedas desses países estão depreciando de forma acentuada hoje”, observa.

O executivo da Nau acrescenta ainda que a depreciação do yuan em relação ao dólar tem efeito direto sobre commodities e também empresas que trabalham com matérias-primas, como Vale e Petrobras. Por isso, diminuiu a alocação nas duas companhias. “Uma China enfraquecida, que é basicamente a maior consumidora de commodities do globo, gera um efeito para baixo em ações como a da Vale, já que o país é o maior importador de minério de ferro do mundo.”

A casa mantém a carteira mais defensiva, com destaque para ações de utilities e energia, como Eletrobras, Copel, Sabesp e Equatorial, que são menos expostas ao cenário de recessão global que está se desenhando.

[Fonte Original]

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