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A sessão desta quarta-feira (16) foi afetada pelo temor sobre os efeitos da política comercial dos Estados Unidos. Enquanto o dólar recuou em sintonia com o exterior, o Ibovespa também foi pressionado pelo recuo das ações da Vale, após a mineradora apresentar seus dados de produção e venda.
Ao final do dia, o índice registrou queda de 0,72%, a 128.316,89 pontos, chegando a 128.149,1 pontos na mínima e marcando 129.605,01 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$ 51,29 bilhões, em sessão marcada por vencimento de opções sobre o Ibovespa e de contrato futuro do índice. Já a moeda americana, fechou em baixa de 0,43%, aos R$ 5,8657. Em abril, no entanto, a divisa acumula elevação de 2,78%.
Esta quarta também antecede o vencimento de opções sobre as ações, por conta do feriado na sexta-feira (18). Durante o dia, a B3 divulgou a segunda prévia do Ibovespa que irá vigorar a partir de maio. O documento mostrou a entrada das ações da Smartfit, enquanto confirmou a inclusão dos papéis da Direcional e a saída das ações de Automob e LWSA, já vistas na primeira preliminar.
Cautela
Para Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, o vai-e-vem da política comercial americana, com o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciando tarifas para logo depois voltar atrás e negociar, gerou dúvidas quanto à credibilidade dos EUA. Em razão disso, investidores muitas vezes têm corrido para a proteção de divisas como o euro e o iene — uma das seis moedas fortes da cesta do DXY.
“Investidores ainda esperam desdobramento da guerra tarifária entre a China e os Estados Unidos”, observou o analista de investimentos Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora. “Eles não sentaram para negociar, então as retaliações podem ocorrer ao longo da semana”, acrescentou.
Mollo também citou como mais um componente negativo para o dia as declarações do chair do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, de que medidas adotadas por Trump farão com que os Estados Unidos cresçam de maneira mais lenta e que a inflação fique acima do esperado. Durante uma apresentação em Chicago, ele ainda destacou que as novas políticas comerciais representam uma mudança significativa.
“Os efeitos disso provavelmente nos afastarão de nossas metas, de modo que o desemprego provavelmente aumentará, com a desaceleração da economia. Já a inflação provavelmente aumentará com a entrada das tarifas” [na economia], afirmou Powell, acrescentando que isso provavelmente ocorrerá ao longo do ano.
Destaques
– VALE ON caiu 2,32%, após divulgar na terça-feira (15) queda de 4,5% na sua produção de minério de ferro no primeiro trimestre, em meio a um impacto de chuvas no Sistema Norte. Em paralelo, na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 0,14%, a 708 iuanes (R$ 509,76) por tonelada.
– PETROBRAS PN fechou estável, mas PETROBRAS ON cedeu 0,87%, em dia de assembleia de acionistas, que elegeram a composição do conselho de administração da estatal para o próximo mandato, mudando apenas um dos 11 membros do colegiado e mantendo Pietro Mendes como presidente. Em meio a preocupações de um movimento da Petrobras envolvendo os preços dos combustíveis diante do tombo recente do petróleo, a CEO Magda Chambriard disse que a Petrobras vai tratar da questão “com muita tranquilidade”.
– RD SAÚDE ON recuou 6,4%, em meio a ajustes após avançar nos três pregões anteriores, acumulando no intervalo alta de quase 11%. Até esta terça, os papéis subiam cerca de 20% no mês. EMBRAER ON caiu 3,46%, também entre os destaques negativos, após duas altas seguidas, período em que contabilizou uma valorização de 6,5%.
– BRAVA ON valorizou-se 5,22%, encontrando apoio no avanço dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent subiu 1,8%, e tendo ainda no radar anúncio de que o fundo Yellowstone, do BTG, atingiu uma participação de 5,3% nas ações da petrolífera. No mês, até terça-feira, os papéis da companhia acumulavam uma perda de mais de 25%.
– MINERVA ON avançou 4,35%, em dia positivo no setor e endossada por relatório do Citi mantendo a recomendação neutra para as ações, mas elevando o preço-alvo de R$5,50 para R$7,50 — um upside potencial de 8,7% ante o fechamento de terça. JBS ON subiu 1,05%, MARFRIG ON ganhou 2,48% e BRF ON teve acréscimo de 0,05%.
– MRV&CO ON subiu 3,02%, após cair até 3,6% nos primeiros negócios na esteira da prévia operacional divulgada na terça-feira, com queima de caixa ajustada de R$48,3 milhões no primeiro trimestre e acréscimo de apenas 1,7% nas vendas em seu segmento de incorporação. Em evento com investidores, a companhia reiterou o guidance de fluxo de caixa e estimou R$11 bilhões em lançamentos em 2025.
– SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 0,71%, sendo exceção entre os bancos do Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN fechando com decréscimo de 0,15%, BRADESCO PN recuando 0,16%, BANCO DO BRASIL ON terminando com variação negativa de 0,43% e BTG PACTUAL UNIT registrando queda de 0,79%.