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Em uma sessão predominantemente positiva para o mercado global, sobretudo os ativos de países emergentes, o dólar recuou e o Ibovespa conseguiu avançar nesta segunda-feira (14). Os investidores reagiram com maior otimismo, diante do anúncio de isenção da tarifa retaliatória dos Estados Unidos sobre itens eletrônicos vendidos pela China.
Ao fim do pregão, a moeda americana à vista fechou em baixa de 0,30%, aos R$ 5,8520, na segunda sessão consecutiva de queda. Em abril, porém, a divisa acumula elevação de 2,54%. Já o principal índice da bolsa brasileira avançou 1,39%, chegando aos 129.453,91 pontos, tendo como principais destaques a Vale e a Azul.
Luz no fim do túnel
No final de semana os EUA divulgaram uma lista de produtos que receberão isenções tarifárias, entre eles smartphones, computadores e outros eletrônicos fornecidos em grande parte pela China. Com isso estes produtos chineses serão poupados da tarifa recíproca de 145% anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O anúncio de isenção foi bem recebido pelo mercado, já que os smartphones representaram a principal importação dos EUA vindos da China em 2024, totalizando US$ 41,7 bilhões (R$ 243,1 bilhões). Os laptops chineses ficaram em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões (R$ 192,9 bilhões). O efeito positivo nos mercados ocorreu apesar de o próprio Trump ter afirmado no domingo (13) que anunciará em breve uma tarifa sobre semicondutores importados, acrescentando que haverá flexibilidade com algumas empresas do setor.
Nesta segunda, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que negociadores dos EUA e da União Europeia já se reuniram várias vezes e houve enorme progresso. A reação ao alívio tarifário anunciado pelos Estados Unidos foi positiva, com alta das bolsas ao redor do mundo, recuo dos rendimentos dos títulos públicos e queda do dólar ante a maior parte das divisas, incluindo o real. O recuo esteve em sintonia com o avanço do Ibovespa e a baixa das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).
No início do dia o BC informou que a projeção mediana dos economistas do mercado para a moeda americana no fim de 2025 seguiu em R$ 5,90, conforme o boletim Focus.
Destaques
– VALE ON subiu 1,3%, em meio a cenário positivo no setor de mineração e siderurgia, diante do avanço dos futuros do minério de ferro na China. Por lá, o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 0,28%, após dados otimistas sobre a economia chinesa. Analistas do JP Morgan também elevaram o preço-alvo dos papéis de R$ 96 para R$ 99 e reiteraram recomendação “overweight”. Na terça-feira (15), após o fechamento, a Vale também divulga seu relatório de produção e vendas do primeiro trimestre.
– AZUL PN saltou 12,33%. A companhia aérea lançou nesta segunda-feira uma oferta primária de ações, parte importante da reestruturação de dívida negociada pela empresa com credores no ano passado. A companhia vai emitir inicialmente 450.572.669 ações PNs e afirmou que adicionalmente vai atribuir “como vantagem adicional gratuita aos subscritores das ações, um bônus de subscrição para cada ação subscrita na oferta”.
– IRB(RE) ON valorizou-se 5,76%, buscando apoio na melhora dos mercados para corrigir parte das perdas dos últimos dois pregões, quando fechou em queda, acumulando um declínio de 11,4%.
– GPA ON avançou 3,94%, confirmando a quarta alta seguida, ainda sob efeito da perspectiva de mudança do conselho de administração. Nesta segunda, o varejista disse que recebeu de dois acionistas pedidos para incluir seus nomes no boletim de voto à distância de assembleia no dia 5 de maio para concorrer na eleição do colegiado. Um terceiro acionista também pediu para incluir um representante indicado por ele. O GPA disse que reapresentou o boletim com as mudanças.
– IGUATEMI UNIT subiu 2,11%, após assinar memorando para venda de cerca de R$500 milhões em participações em uma série de shoppings e empreendimentos, incluindo fatia de 49% no Shopping Market Place, Edifício Market Place Towers e Galleria Shopping. O acordo ainda envolve promessa de cessão de 24% no futuro empreendimento residencial a ser construído no Complexo Market Place, e de 16,7% da participação no projeto comercial a ser construído no Complexo Galleria.
– CARREFOUR BRASIL ON recuou 0,12%, tendo no radar dados mostrando vendas brutas no primeiro trimestre de R$ 28,8 bi, incluindo combustíveis, alta de 3,6% sobre um ano antes. A empresa também anunciou o adiamento de assembleias ordinária e extraordinária de acionistas, de 17 de abril para 29 do mesmo mês. Segundo o Citi, “todos os olhos estão sobre a assembleia, que deve disparar a deslistagem” da empresa.
– PETROBRAS PN cedeu 0,38%, em dia de variações modestas de preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou com acréscimo de 0,19%.
– ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 1,63%, em sessão mais positiva para o setor no Ibovespa, com BRADESCO PN em alta de 0,87%, BANCO DO BRASIL ON ganhando 0,97% e SANTANDER BRASIL UNIT encerrando com elevação de 1,24%. Analistas do Safra afirmaram que a safra de balanços do primeiro trimestre desses bancos deve mostrar tendência mista, com a mudança contábil sob os holofotes.
– MINERVA ON recuou 2,87%, em dia de correção após avançar por três pregões consecutivos, acumulando nesse intervalo uma valorização de 11,5%. O conselho de administração da companhia aprovou mais cedo neste mês proposta para aumento de capital no montante de até R$ 2 bilhões, que será votada em assembleia geral extraordinária em 29 de abril. No setor, JBS ON subiu 3,87% e MARFRIG ON avançou 1,69%.
– VAMOS ON caiu 0,41%, em sessão de ajustes, após disparar quase 13% na última sexta-feira (11).