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- Author, Ana Faguy
- Role, Da BBC News, em Washington (EUA)
Milhares de pessoas tomaram as ruas em diversas cidades dos Estados Unidos neste sábado (19/04) para protestar contra ações recentes do presidente Donald Trump.
Conhecidas como “50501” — sigla para “50 protestos, 50 estados, 1 movimento” — as manifestações foram organizadas para coincidir com o 250º aniversário do início da Guerra Revolucionária Americana.
Em frente à Casa Branca, em concessionárias da Tesla e nos centros de diversas cidades, manifestantes expressaram uma série de insatisfações. Muitos exigiam o retorno de Kilmar Ábrego García, deportado por engano para El Salvador.
Protestos políticos vêm se tornando cada vez mais comuns nos EUA. As manifestações “Hands Off” no início de abril reuniram multidões, refletindo uma possível queda na popularidade de Trump, segundo apontam pesquisas.

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As manifestações de sábado abordaram várias decisões do governo Trump, incluindo medidas do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) — uma iniciativa do presidente para cortar empregos e gastos públicos — e a recusa da administração em facilitar o retorno de Ábrego García, cidadão salvadorenho.
Ao canal CNN, Gihad Elgendy, que protestava em frente à Casa Branca, criticou a deportação de Ábrego García. “Trump poderia facilmente pressionar El Salvador para trazê-lo de volta”, afirmou.
De modo geral, os protestos ocorreram de forma pacífica, mas o deputado democrata Suhas Subramanyam publicou um vídeo na rede X mostrando um homem com um cartaz pró-Trump empurrando a multidão para confrontá-lo com raiva.
Muitos participantes levavam cartazes com frases como “Sem reis”, em referência ao aniversário do início da revolução americana contra o domínio britânico.
Durante as comemorações em Massachusetts, que lembraram as batalhas de Lexington e Concord e a famosa cavalgada de Paul Revere, também houve manifestações 50501. Em Boston, cartazes com a mensagem “Nos EUA, a lei é o rei!” e “Sem reis! Sem tirania!” foram erguidos.
“Vivemos um momento muito perigoso para a liberdade na América”, disse Thomas Bassford à agência Associated Press. Ele participou do ato em Boston com a parceira, a filha e os dois netos. “Quero que os meninos aprendam sobre as origens deste país e entendam que às vezes é preciso lutar pela liberdade.”

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Na Flórida, uma mulher protestou em frente a uma concessionária da Tesla com um cartaz:
“Sem reis, sem oligarcas — paguem seus impostos.”
Segundo a pesquisa mais recente do instituto Gallup, 45% dos eleitores aprovam a atuação de Trump no primeiro trimestre deste mandato — mais que os 41% registrados no mesmo período de sua primeira presidência. Ainda assim, o índice está abaixo da média de 60% de aprovação que outros presidentes eleitos tiveram no primeiro trimestre, entre 1952 e 2020.
A popularidade de Trump parece estar em queda, especialmente em relação à economia. Em janeiro, quando assumiu novamente a presidência, a aprovação era de 47%, segundo a Gallup. Agora, caiu para 43%, de acordo com levantamento da Reuters/Ipsos. A aprovação de sua atuação econômica também caiu: de 42% para 37%.
No início deste mês, centenas de milhares de americanos participaram da maior onda nacional de oposição desde o retorno de Trump à Casa Branca. As manifestações aconteceram em 1.200 localidades nos 50 estados — e foram ainda maiores do que as de sábado.