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As cotações das criptomoedas dispararam desde o início de novembro de 2024 devido à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas. Em dezembro do ano passado, o Bitcoin (BTC) bateu a marca dos US$ 100 mil (R$ 566,40 mil) – considerado um patamar psicológico importante. Os investidores acreditavam que o apoio prometido pelo presidente eleito aos ativos digitais levaria a menos restrições regulatórias, facilitando a captação de recursos novos.
Contrariando um pouco as expectativas, a principal criptomoeda passou por algumas correções desde o início do ano, devido a particularidades do mercado de cripto, como o ataque hacker à corretora Bybit e o risco da guerra comercial entre os EUA e China.
No entanto, mesmo com incertezas pairando em torno desses acontecimentos, o mercado de cripto segue confiante que 2025 será um bom período para o setor. Uma das maiores gestoras de investimentos do mundo, a BlackRock sugere, para este ano, de 1% a 2% de alocação no bitcoin nas carteiras — hoje, a principal criptomoeda do mundo é negociada em torno dos US$ 95.200 (R$ 539,21 mil).
Com essa adesão às criptomoedas, surge uma nova possibilidade: a cripto-economia. Ou seja, cidades ao redor do mundo que estão competindo para se tornarem os principais polos das moedas digitais, atraindo investidores e tecnologia. Mas quais cidades estão realmente preparadas para essa transformação?
O índice Crypto Friendly Cities 2025, divulgado pela Multipolitan, avaliou que a cidade de Ljubljana, na Eslovênia, está com a maior pontuação, com 173 pontos. O local possui impostos favoráveis e infraestrutura tecnológica avançada que faz com que a capital eslovena lidere. A cidade europeia supera centros financeiros tradicionais, como Londres, indicando uma mudança no panorama, onde a receptividade a ativos digitais se torna um fator importante de atratividade.
“A riqueza em criptoativos está encontrando novos lares onde inovação e clareza regulatória se encontram. Nações que abraçarem essa dinâmica definirão o palco da próxima era financeira global”, afirma Eron Falbo, sócio da Multipolitan.
Em seguida, Zurique e Singapura empatam com 172 pontos, depois Hong Kong (168) e Abu Dhabi (170) completam o top 5, demonstrando a crescente relevância de centros asiáticos no cenário cripto global. A lista das 27 principais cidades amigáveis para criptomoedas inclui ainda Luxemburgo, Porto, Oslo, Sydney, Doha, Valletta, Bratislava, Londres, Sofia, entre outras, mostrando a busca por ambientes regulatórios favoráveis em diferentes países.
Segundo o índice da Multipolitan, a Índia se destaca com o maior número de detentores de criptomoedas, totalizando 118,9 milhões de pessoas. Já os Estados Unidos continuam sendo líderes em volume de negociação, registrando US$ 2,07 trilhões (R$ 11,71 trilhões) em transações.
Para a elaboração do ranking foram analisadas 27 cidades ao redor do mundo com base em cinco critérios: infraestrutura tecnológica; clareza regulatória e políticas públicas voltadas à inovação financeira; adoção institucional e aceitação de criptomoedas em transações cotidianas; qualidade de vida e atratividade para talentos globais, como nômades digitais e ecossistemas educacionais e de pesquisa em blockchain.
- 1º lugar: Ljubljana – 173
- 2º lugar: Zurique – 172
- 3º lugar: Singapura – 172
- 4º lugar: Hong Kong – 168
- 5º lugar: Abu Dhabi – 160
- 6º lugar: Luxemburgo – 148
- 7º lugar: Muscat – 147
- 8º lugar: Porto – 147
- 9º lugar: Oslo – 143
- 10º lugar: Sydney – 140
- 11º lugar: Riga – 137
- 12º lugar: Doha – 137
- 13º lugar: Valletta – 137
- 14º lugar: Nicósia – 137
- 15º lugar: Bratislava – 133
- 16º lugar: Vilnius – 133
- 17º lugar: Londres – 133
- 18º lugar: Sofia – 133
- 19º lugar: Riyadh – 133
- 20º lugar: Madison, Wisconsin – 127
Onde está a riqueza de cripto?
De acordo com o Índice de Concentração de Riqueza em Cripto de 2025, também desenvolvido pela Multipolitan, alguns lugares se ressaltam pelas maiores riquezas em moedas digitais por proprietários.
Nesse indicador, a Eslovênia também assume a liderança, com uma média de US$ 240.460,17 por proprietário de criptomoedas. Na sequência, Hong Kong (US$ 174.972,89) e Chipre (US$ 97.531,40), indicando que nações menores também podem ter uma influência no ecossistema cripto devido à concentração de riqueza. O Top 5 é completado por Suíça (US$ 94.827) e Emirados Árabes Unidos (US$ 85.536).
Apesar dos EAU estarem em quinto lugar em riqueza por proprietário, a jurisdição lidera globalmente em taxas de adoção de criptomoedas, com 25,3% da população possuindo ativos digitais. Esse alto índice é atribuído às políticas governamentais favoráveis que transformam Dubai em um importante centro de moedas digitais.
Cidades X Infraestrutura
A relação entre a adoção de criptomoedas e o desenvolvimento de cidades com infraestrutura para a cripto-economia também foi avaliada pela pesquisa. Na liderança, Sydney de destacou com 330 caixas eletrônicos (ATMs) de moedas digitais e estabelecimentos comerciais que as aceitam, seguida por Hong Kong (201) e Ljubljana (155).
No aspecto de velocidade da internet, fator fundamental para a negociação e transações blockchain, Abu Dhabi, Doha e Oslo lideraram nesse quesito, com velocidades de 398, 265 e 205 Mbps, respectivamente.
“Embora as políticas fiscais sejam importantes, a adoção no mundo real é igualmente crucial na determinação da compatibilidade com criptografia de uma cidade”, observa Dan Marconi, Sócio-diretor para Latam da Multipolitan.