Nesta quinta, 10, durante um evento promovido pela SOFTSWISS, empresa global do setor de iGaming, o ex-piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello falou com exclusividade ao Cointelegraph Brasil sobre sua atuação fora das pistas, especialmente no universo dos investimentos em startups, na tecnologia e no mercado de criptoativos.
Barrichello, que é embaixador da gestora Futurum Capital, tem se dedicado nos últimos anos a investir em startups em fase inicial, com foco em inovação e impacto. A Futurum Capital possui operações no Brasil, Estados Unidos, Europa e Emirados Árabes, e aposta em empresas de base tecnológica com alto potencial de crescimento. Para Barrichello, o mundo da tecnologia não é novidade, pelo contrário: faz parte da sua trajetória desde os tempos de Fórmula 1.
Apaixonado por inovação, ele acredita que o avanço tecnológico tem papel fundamental em diversas áreas da vida, inclusive no automobilismo. Sua experiência em ambientes de alta performance e tecnologia de ponta agora serve de base para sua atuação como investidor e conselheiro estratégico.
Além de sua atuação como investidor, Barrichello é também diretor não-executivo da SOFTSWISS, onde atua como defensor do jogo responsável. Segundo ele, o universo do iGaming, dos ativos digitais e da tecnologia aplicada a novos mercados, como os games, traz desafios e oportunidades semelhantes aos vividos nas pistas: tudo acontece em altíssima velocidade, e cada decisão conta.
Foi com esse olhar que ele analisou o cenário atual das criptomoedas, dos investimentos digitais e da evolução tecnológica no Brasil.
Tecnologia e velocidade: o elo com a Fórmula 1
Cointelegraph Brasil (CTBR): Você tem se envolvido com startups, fintechs e até com o mercado de jogos. De onde veio esse interesse?
Rubens Barrichello (RB): Esse mercado me chamou atenção porque é de tecnologia. E a tecnologia nesse meio é muito parecida com a da Fórmula 1: é um investimento constante da companhia e um crescimento minuto a minuto. Isso é muito próximo do mundo que eu vivi por tantos anos. Então consigo ter uma influência muito boa nesse ambiente também.
CTBR: Você acredita que o Brasil pode ser referência global em outras soluções, como já foi com o Pix no mercado financeiro?
RB: Olha, o Brasil tem as qualidades para ser referência em qualquer setor. Mas a gente precisa de gente séria mostrando soluções que realmente funcionam. O Pix é um ótimo exemplo. Apesar dos poréns, das fraudes e falcatruas que ainda acontecem, é um excelente meio de pagamento. E isso mostra que temos capacidade, sim, de criar soluções que sirvam de exemplo para o mundo.
Criptomoedas, stablecoins e o impacto global
CTBR: A integração de criptomoedas e stablecoins nas economias está crescendo, especialmente nos Estados Unidos. Você acha que isso é uma tendência ou algo passageiro?
RB: Cara, acho que tem muita gente devota a estudar isso com profundidade. É como a moda — algo que está em alta em Nova York pode estar em alta em vários lugares ao mesmo tempo. Mas nem tudo o que funciona num país vai funcionar no outro. O sushi do Japão não é o mesmo vendido no Brasil, entende?
No caso das criptos, tenho estudado bastante também. Os meus filhos, o Dudu (Eduardo Barrichello) e o Fefo (Fernando Barrichello), são patrocinados pela CoinsPaid, uma empresa de cripto que quer entrar no mundo do automobilismo. E faz sentido: tem muito pagamento envolvido, muita logística, muitos resultados sendo entregues. É um movimento interessante. Então eu te diria que não é um hype. É algo real, apesar de poder ter momentos instáveis.
CTBR: Você investe em criptoativos?
RB: Cara, eu tenho meus investimentos. Sou bem tranquilo com meus negócios e prefiro não entrar muito em detalhes, mas com certeza acho que todo mundo tem que ter uma visão ampla. Não dá pra ficar parado.
E digo mais: eu aprendo todo dia. Inclusive no volante. Se eu corro desde os seis anos de idade e ainda continuo aprendendo, imagina nas áreas que a gente ainda desconhece? É preciso estudar, entender, se atualizar.
CTBR: Então você acredita que as criptos vieram para ficar?
RB: Eu não posso afirmar isso com certeza. Mas posso dizer que, pra mim, não é hype. É um movimento que está acontecendo, com base, com estudo, e que pode sim transformar setores como o automobilismo e o financeiro. Se vai durar pra sempre? Só o tempo vai dizer. Mas que está aí de verdade, está.