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terça-feira, abril 29, 2025

Exclusivo: ‘stablecoin que combine ouro e Bitcoin pode prejudicar os EUA’, diz ex-diretor de comunicação da Casa Branca

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A estabilidade do dólar americano pode enfrentar um novo desafio. Respondendo com exclusividade ao Cointelegraph Brasil, durante o US Election Hub da Saxo, Anthony Scaramucci, ex-diretor de comunicação da Casa Branca e fundador da SkyBridge Capital, afirmou que uma stablecoin lastreada em ouro e Bitcoin teria o potencial de prejudicar seriamente os Estados Unidos.

Segundo Scaramucci, a administração Trump tem se empenhado em defender e promover o uso de stablecoins atreladas ao dólar. Para ele, o fortalecimento do dólar por meio da tecnologia blockchain já traz impactos positivos para a economia norte-americana.

“Se olharmos para projetos como Circle e Tether, ambos mantêm paridade com o dólar e movimentam grandes volumes”, destacou. “O Tether, por exemplo, hoje detém mais títulos do Tesouro americano do que países como Alemanha, França ou Japão.”

Contudo, Scaramucci ressaltou que o verdadeiro desafio será garantir que o dólar continue sendo o lastro principal das stablecoins no futuro.

“Se isso se mantiver, será muito bom para os Estados Unidos”, explicou. “Mas se moedas alternativas começarem a dominar, o cenário muda completamente.”

Stablecoins de ouro e Bitcoin podem ameaçar dólar

Durante a conversa, Scaramucci alertou que uma possível stablecoin combinando ouro e Bitcoin poderia representar um risco sério para a hegemonia do dólar. Ele citou o fracasso do projeto Luna como exemplo de como inovações no mercado de criptoativos podem trazer grandes impactos, tanto positivos quanto negativos.

“Se surgir uma stablecoin que misture ouro e Bitcoin, isso prejudicaria os Estados Unidos”, afirmou. “O impacto seria lento, levaria entre 10 e 15 anos, mas seria devastador.”

De acordo com ele, a mudança gradual poderia enfraquecer o dólar como moeda de reserva mundial, afetando diretamente a influência econômica e política dos EUA no cenário global.

O uso de stablecoins já supera o do Bitcoin em vários países, como no Brasil, onde 90% das transações em criptoativos envolvem moedas estáveis. A Itália, inclusive, estuda lançar stablecoins atreladas ao euro para proteger sua soberania financeira.

No Brasil, o Banco Central também avança na modernização financeira. O país se tornou o segundo maior mercado mundial de tokens RWA (ativos do mundo real tokenizados), consolidando a tendência de digitalização da economia.

Trump busca preservar liderança dos EUA

Scaramucci ainda destacou que a administração Trump, mesmo em meio a turbulências políticas, entende a importância estratégica das stablecoins. “A presença de nomes como Atkins, novo presidente da SEC, mostra que o governo está atento ao tema”, avaliou.

Ele acredita que, assim como no passado os Estados Unidos exportaram sua cultura por meio do cinema e da música, agora o país busca manter sua liderança no sistema financeiro global através da tecnologia blockchain.

“Se conseguirmos manter o dólar como referência, sairemos muito mais fortes”, finalizou.

[Fonte Original]

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