As taxas de transação na Ethereum atingiram um custo médio de US$ 0,168 em 16 de abril, o nível mais baixo desde maio de 2020, revelou um boletim recente publicado pela empresa de análise de dados Santiment.
Embora os baixos custos de transação sejam positivos para os usuários da Ethereum, que estão gastando cada vez menos para interagir com a rede, as novas mínimas podem ser consideradas mais um sinal do declínio da relevância da rede no mercado de criptomoedas.
As taxas de transação na Ethereum são dinâmicas e se baseiam em um mecanismo de oferta e demanda. Portanto, as novas mínimas refletem o declínio nas atividades na rede e o sentimento dos investidores com relação ao preço do Ethereum (ETH), afirma o boletim:
“Com o preço da Ethereum em queda de 61% nos últimos quatro meses, os traders estão pessimistas em relação ao segundo maior ativo em capitalização de mercado”, afirma o boletim, acrescentando que a incerteza macroeconômica e a guerra comercial de Donald Trump têm abalado a fé do mercado cripto no Ethereum e nas altcoins de um modo geral.
“Observamos diversas evidências do aumento da sensibilidade do mercado em discussões sobre o Ethereum e as notícias sobre as tarifas nas redes sociais, já que o preço do ETH realmente está ameaçando níveis de suporte de longa data”, acrescenta a Santiment.
No entanto, pondera o boletim, as mínimas no custo das taxas de transação não são necessariamente um indicador pessimista para o preço do ETH. Pelo contrário, o recorde negativo pode sinalizar uma recuperação iminente, como ocorreu no final de 2023.
Ação de preço ETH/USD na última ocasião em que as taxas da Ethereum caíram abaixo de US$ 1. Fonte: Santiment
“Do ponto de vista do preço, as taxas em níveis historicamente baixos como agora geralmente precedem as recuperações de preço, uma vez que as compras nesses níveis são geralmente consideradas de menor risco do que o normal”, afirma a Santiment.
O boletim alerta que o “desprezo” dos investidores de varejo por um determinado ativo, “especialmente um cujo ecossistema esteja funcional e em pleno desenvolvimento, sinaliza que há uma maior probabilidade de recuperação inesperada com pouca resistência em sua trajetória ascendente.”
Estagnação dos endereços ativos na Ethereum
Com uma visão menos otimista sobre as perspectivas da Ethereum, o analista de mercado Ignas DeFi traçou uma comparação entre o preço do ETH em relação aos seus principais concorrentes em uma postagem no X:
“O par ETH/BTC está perto de suas mínimas históricas, enquanto o SOL/ETH está perto de suas máximas históricas.”
Em uma postagem anterior, o analista havia destacado que a quantidade de endereços ativos na Ethereum estagnou em níveis de 2021. Segundo ele, esta é a métrica mais importante para uma rede blockchain, pois é o crescimento do número de usuários que gera efeito de rede, refletindo-se na valorização do preço do ativo.
Ignas DeFi traça uma comparação entre os endereços ativos da Ethereum e da Base para afirmar que a estratégia de escalar a rede por meio de soluções de camada 2 é a responsável pelo declínio na atividade e no preço do Ethereum.
Endereços ativos na Ethreum e na Base ao longo do tempo. Fonte: Ignas DeFi (X)
Embora as soluções de camada 2 utilizem o ETH como token nativo, o crescimento na atividade de redes como Base, Arbitrum e Optimism nos últimos anos não foi suficiente para frear a queda na participação de mercado do Ethereum, conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil.
Segundo dados da CoinGecko, o Ether responde por 7% da capitalização total do mercado de criptomoedas.