Nos últimos anos, os processadores ARM começaram a invadir o mercado de notebooks — e muita gente ainda fica em dúvida se vale ou não investir em um modelo com essa arquitetura. Afinal, ela é bem diferente dos chips tradicionais da Intel ou AMD que estamos acostumados. Mas será que faz sentido apostar em um notebook com chip ARM em 2025? Quais são as vantagens reais, quais os riscos e para quem é uma boa ideia?
Neste guia, vamos te ajudar a entender exatamente o que muda e o que você precisa considerar antes de colocar um ARM no carrinho.
O que é um processador ARM?
Diferente dos processadores Intel e AMD (baseados na arquitetura x86), os chips ARM são baseados em uma arquitetura de baixo consumo, originalmente usada em celulares e tablets. O foco deles sempre foi eficiência energética. Ou seja, eles foram feitos pra consumir pouca energia, gerar pouco calor e ainda entregar desempenho decente.
A Apple, por exemplo, adotou essa tecnologia nos Macs desde 2020, com os famosos chips M1, M2 e M3, todos baseados em ARM. E agora outras fabricantes como Qualcomm (com o Snapdragon X Elite), Microsoft e Samsung estão apostando cada vez mais forte nessa arquitetura também.
Quais as principais diferenças entre notebooks ARM e x86?
Para você entender o que realmente muda entre um processador x86 e um ARM, separei aqui as principais diferenças separadas por tópcios:
1. Desempenho
Notebooks ARM evoluíram muito. Os chips da Apple, por exemplo, superaram vários notebooks com Intel Core i5 e i7 em desempenho bruto e eficiência. E a nova geração do Windows on ARM está prometendo encostar nos MacBooks em performance.
Mas ainda há uma diferença grande entre os chips ARM premium (como M3 ou Snapdragon X Elite) e os chips ARM de entrada, que ainda engasgam em multitarefa pesada.
Não é por que é ARM que ele vai dar conta de rodar tranquilo aqueles programas mais pesados, como Photoshop, Premiere e assim por diante. É sempre bom pesquisar o chip exato antes de comprar.
2. Compatibilidade de programas
Esse ainda é o calcanhar de Aquiles dos notebooks ARM com Windows. Muitos programas que rodam em arquitetura x86 precisam de uma camada de emulação pra funcionar, o que pode causar:
- bugs visuais
- menor desempenho
- incompatibilidade total com softwares mais antigos
A Microsoft vem melhorando isso com o Windows 11 e a plataforma ARM64, mas ainda não é perfeito. Se você usa programas específicos, é essencial checar a compatibilidade antes.
Já no macOS, os chips ARM da Apple têm compatibilidade excelente, com a ajuda do Rosetta 2, e grande parte dos apps já foram otimizados.
3. Bateria
Esse é o ponto onde os notebooks ARM realmente brilham. Por serem mais eficientes, esses chips consomem muito menos energia. Em alguns casos, a autonomia passa de 15 horas de uso real, especialmente em modelos da Apple e da linha Surface com ARM.
Eu acredito que a pessoa que mais vai sentir diferença ao usar um ARM são aquelas que levam o notebook para todo canto, como faculdade, trabalho ou até numa praça de alimentação. A bateria dura muito mais.
4. Preço
Preço é outro ponto que ainda existe uma variação enorme. Os modelos ARM da Apple são caros, mesmo os básicos (MacBook Air M1 ou M2). Já alguns notebooks ARM com Windows são mais acessíveis, mas como eu disse no tópico do desempenho, ainda ficam restritos a usos mais leves.
Ou seja, pra valer a pena, é preciso equilibrar bem o que você precisa vs. o que o ARM entrega no modelo que está de olho.
Vale a pena ou não?
Resumindo a ópera: sim, vale — mas depende do seu perfil. Veja só:
🟢 Vale a pena se:
- você usa o notebook pra navegar, estudar, escrever, assistir vídeos e usar apps leves
- dá prioridade à bateria e portabilidade
- usa macOS (MacBook Air/Pro com chip M1/M2/M3)
- está disposto a abrir mão de alguns softwares que talvez não rodem 100% em ARM no Windows
🔴 Não vale a pena se:
- você depende de programas mais antigos, específicos ou pesados (edição de vídeo, CAD, desenvolvimento em certas plataformas)
- precisa de suporte para periféricos, drivers ou plugins antigos
- quer o máximo de compatibilidade sem se preocupar com adaptações
ARM é o futuro, mas ainda não pra todo mundo
Os processadores ARM já provaram que são poderosos, eficientes e que podem, sim, dominar o mercado nos próximos anos. Mas em 2025, a decisão ainda exige cuidado — especialmente se você não está no ecossistema da Apple.
Se o que você precisa é um notebook leve, com bateria duradoura e uso mais casual, os modelos com ARM fazem muito sentido. Agora, se você trabalha com algo mais específico ou exige desempenho e compatibilidade total, é bom avaliar os x86 com carinho antes de decidir.
Melhores notebooks ARM para comprar no Brasil em 2025
Se você decidiu que um notebook com processador ARM pode atender ao seu perfil, o próximo passo é escolher o modelo certo. Abaixo, eu reuni algumas das melhores opções disponíveis atualmente no Brasil, com foco em desempenho, compatibilidade e custo-benefício.
Modelo | Processador | Sistema | Bateria | Uso Ideal | Preço aprox. |
---|---|---|---|---|---|
MacBook Air M2 | Apple M2 | macOS | 18h | Trabalho, estudos | R$ 7.000 |
MacBook Air M1 | Apple M1 | macOS | 15h | Uso geral, estudo | R$ 5.500 |
Surface Laptop Go 3 | Snapdragon 7c Gen2 | Windows | 13h | Tarefas leves | R$ 4.000 |
Samsung Galaxy Book Go | Snapdragon 7c | Windows | 14h | Navegar, digitar | R$ 2.200 |
1. MacBook Air M2 (2022/2023)

Preço médio: a partir de R$ 7.000 (versão com 8GB RAM e 256GB SSD)
- Sistema: macOS
- Processador: Apple M2 (ARM)
- Bateria: até 18 horas de uso leve
- Pontos fortes: desempenho excelente, compatibilidade estável, ótimo para trabalho criativo leve, estudos e uso geral
- Pontos fracos: preço alto e pouco espaço de armazenamento na versão base
Para quem é: usuários do ecossistema Apple, estudantes, profissionais criativos e quem prioriza desempenho e bateria.
2. MacBook Air M1 (2020)

Preço médio: a partir de R$ 5.500
- Sistema: macOS
- Processador: Apple M1 (ARM)
- Bateria: até 15 horas
- Pontos fortes: ainda muito rápido, ótima autonomia, mais barato que o M2
- Pontos fracos: tela com brilho menor, webcam básica
Para quem é: quem quer um MacBook confiável com ótimo custo-benefício.
3. Microsoft Surface Laptop Go 3 (Snapdragon 7c Gen2)

Preço médio: R$ 4.000 a R$ 4.500
- Sistema: Windows 11 ARM
- Processador: Qualcomm Snapdragon 7c Gen2
- Bateria: até 13 horas
- Pontos fortes: portátil, silencioso, ideal pra estudo e uso leve
- Pontos fracos: desempenho limitado, compatibilidade de apps ainda é um desafio
Para quem é: estudantes, usuários que buscam um notebook leve para tarefas básicas (navegar, escrever, usar Office, Teams etc).
4. Samsung Galaxy Book Go

Preço médio: R$ 2.250 a R$ 2.800
- Sistema: Windows 11 ARM
- Processador: Snapdragon 7c
- Bateria: até 14 horas
- Pontos fortes: preço baixo, bateria excelente, leve e portátil
- Pontos fracos: muito limitado em desempenho, trava com multitarefa, armazenamento baixo
Para quem é: uso muito básico — como digitação, vídeo aulas e navegação simples.