A comparação genética tem base científica, mas os números são mais complexos do que o senso comum sugere
Você provavelmente já ouviu por aí que humanos compartilham 60% do DNA com bananas. A frase é curiosa e viralizou justamente por soar absurda — afinal, o que um ser humano poderia ter em comum com uma fruta amarela e macia?
Como essa lenda surgiu
- A origem do dado vem de um estudo de 2013 feito pelo Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (EUA), que apontou que cerca de 60% dos genes de uma banana têm alguma correspondência funcional com genes humanos.
- Ou seja, são genes que desempenham funções semelhantes em ambos os organismos, como participar da respiração celular ou do processamento de energia.
- Mas isso não significa que 60% do nosso DNA total seja igual ao de uma banana.
- Na prática, apenas uma pequena fração do DNA é comparável, e mesmo entre os genes semelhantes, as correspondências são parciais.
“Você compartilha 50% do seu DNA com cada um dos seus pais. Mas, com as bananas, compartilhamos cerca de 50% dos nossos genes”, segundo Mike Francis, bioinformata do Centro de Dados e Ciências Computacionais de Assuntos de Veteranos em Boston. E o que isso significa? Mais ou menos 1% do nosso DNA.

Leia mais:
Você não é 60% banana, mas o que essa comparação revela é algo mais interessante: como é possível descobrir tudo isso.
“O mais notável é que, apesar de estarmos muito distantes no tempo evolutivo, ainda podemos encontrar uma assinatura comum no genoma de um ancestral comum”, disse o geneticista do National Institutes of Health Lawrence Brody, que liderou o projeto, ao HowStuffWorks
“Eles são preservados porque o genoma de um organismo que viveu bilhões de anos atrás continha genes que ajudavam as células a viver e se reproduzir”, explicou. “Esses mesmos genes são preservados em nós e nas plantas.”


Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.