O vermelho-carmim ainda pontua a ampla sala transformada em escritório no luxuoso apartamento do editor Charles Cosac, em São Paulo. Também obras de arte, notadamente barrocas, cercam o carioca de 61 anos, cuja mesa de trabalho está repleta de documentos e livros. Ali ele pesquisa as próximas obras da Cosac Edições, editora recém-aberta e que substitui a Cosac Naify, fechada em 2015 depois de quase duas décadas em que sofisticou o mercado editorial brasileiro. Agora, ao lado de quatro sócios (Alberto Rangel, Álvaro Machado, Raul Loureiro e Dione Oliveira), Charles pretende manter uma editora cult que estreou com Florindas, dois volumes sobre as joias de ex-escravizadas baianas dos séculos 18 e 19. E continuou com os cinco volumes iniciais da série Crioula, cujo objetivo é dar visibilidade a trabalhos inovadores sobre a história do Brasil. Herdeiro de uma família que enriqueceu com a mineração, Charles refuta a fama de ser excêntrico, embora emita opiniões presas à lógica conservadora, nesta entrevista à Cult.
A nova Cosac fez com que você mudasse a sua concepção de editor?
Tive de mudar ou a Cosac seria uma continuação da Cosac Naify. Ela pode sê-lo em muitos aspectos, mas não era minha intenção dar continuidade a um projeto interrompido em 2015. E fiz questão de começar com livros inéditos. A série Crioula foi a coluna cervical da reabertura da editora. Os livros dessa coleção têm um ar paradidático, para o corpo docente. Ainda não furamos a bolha para o grande público, pois são livros especializados de história,
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