Sexta-Feira 13 completa 45 anos nesta sexta-feira (9) e segue como um dos maiores clássicos do terror. Lançado em 1980, o filme estabeleceu um modelo que seria replicado por décadas, com um assassino mascarado aterrorizando jovens em um acampamento. Mas, apesar de sua popularidade, o longa arrecadou apenas US$ 39,9 milhões (R$ 225 milhões na cotação atual) ao longo de sua trajetória nos cinemas.
Em uma Hollywood cada vez mais obcecada por bilheterias bilionárias, a arrecadação do terror icônico seria considerada um fracasso nos padrões atuais. A comparação é ainda mais evidente quando se observa os números inflacionados de sucessos contemporâneos, como Vingadores: Ultimato (2019), que ultrapassou os US$ 2,7 bilhões (R$ 15,3 bilhões) em bilheteria.
Legado de Sexta-Feira 13
A obsessão dos estúdios em transformar filmes em grandes franquias de arrecadação massiva tem obscurecido o valor de produções menores, mas icônicas, como Sexta-Feira 13, que está disponível na Max. O próprio gênero de terror, que frequentemente rende boas margens de lucro em relação ao orçamento, é um exemplo de como Hollywood ignora o potencial de filmes de menor escala.
Hoje, o sucesso é medido quase exclusivamente pelos números de bilheteria, enquanto fatores como impacto cultural, influência no gênero e criação de um legado são deixados em segundo plano. Em 1980, Sexta-Feira 13 não precisou de um orçamento exorbitante para se tornar um fenômeno. Mas, atualmente, um filme com bilheteria similar dificilmente ganharia uma sequência.
Com o retorno de franquias de terror e a tendência de reboots e remakes, o aniversário de Sexta-Feira 13 levanta a questão: a indústria está disposta a apostar em histórias impactantes ou apenas em blockbusters inflados por efeitos especiais e marketing?
Enquanto Hollywood se preocupa com números e recordes, filmes como Sexta-Feira 13 seguem provando que, mesmo sem cifras astronômicas, ainda podem sobreviver ao teste do tempo do cinema.