O live-action de Lilo & Stitch e Missão Impossível 8 podem não figurar entre os melhores filmes dos últimos anos, mas ainda assim cumprem um papel essencial na indústria cinematográfica. Mesmo com recepção morna da crítica ou com limitações criativas, os dois longas representam mais do que apenas entretenimento passageiro. Eles ajudam a sustentar pilares importantes do cinema atual —seja na preservação do hábito de ir às salas ou na transmissão de mensagens universais para novas gerações.
A nova aventura de Ethan Hunt (Tom Cruise) aposta alto em sua execução. Em tempos em que blockbusters evitam riscos, Missão Impossível 8 investe pesado em cenas de ação ousadas, locações grandiosas e efeitos práticos de tirar o fôlego. A franquia sempre se destacou pelo espetáculo técnico, e o último capítulo mantém esse legado —ainda que peque em ritmo e exagero de flashbacks.
Além da ação, o filme carrega um subtexto atual: a necessidade de cooperação global. Em um cenário geopolítico marcado por conflitos e tensões crescentes, o enredo sugere que apenas o trabalho conjunto entre nações pode garantir um futuro de paz. É uma metáfora relevante, mesmo que inserida em um contexto de espionagem hollywoodiano.
Já Lilo & Stitch chega com uma missão diferente, mas igualmente importante: apresentar uma história clássica da Disney para uma nova geração. A adaptação pode não trazer grandes novidades em relação à animação de 2002, mas mantém viva a mensagem central sobre empatia, afeto e inclusão —valores sempre necessários, independentemente da década.
A produção também se destaca ao escalar atores havaianos e ao preservar a identidade cultural da história. Mesmo com ajustes no enredo e escolhas questionáveis, o longa reforça a importância da representatividade e da diversidade nas grandes produções familiares.
O impacto dos novos filmes
Tanto Missão Impossível 8 quanto Lilo & Stitch também exercem outro papel fundamental: atrair o público de volta às salas de cinema. Em um momento em que o streaming domina o consumo de conteúdo, esses filmes têm potencial de mobilizar milhões de espectadores, ajudando a manter viva a experiência coletiva da telona.
Mesmo que não entrem para a lista de obras-primas, os dois títulos mostram por que o cinema ainda importa. Seja pela força de seus temas, pelo impacto visual ou pelo simples gesto de reunir pessoas diante de uma grande tela, novos filmes continuam sendo necessários —inclusive (e talvez principalmente) quando estão longe da perfeição.