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quarta-feira, maio 14, 2025

Roberto Sadovski: ‘Mad Max: Estrada da Fúria’: 10 anos de uma jornada cinética sem paralelos

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Daí começaram os revezes. A produção, agendada para 2003 no deserto da Austrália, foi adiada após os ataques do 11 de setembro dois anos antes, que redesenhou as fronteiras e fragmentou a logística das filmagens. O projeto ficou dormente até 2010, mas quando tudo parecia seguir o cronograma, a natureza decidiu banhar o deserto com uma temporada de chuvas torrenciais, fazendo da aridez da paisagem uma savana florida. No ano seguinte, “Estrada da Fúria” foi finalmente realocado para a Namíbia.

Tom Hardy em ‘Mad Max: Estrada da Fúria’ Imagem: Warner

Tudo em “Mad Max: Estrada da Fúria” é superlativo – inclusive seus bastidores. Isolados no deserto, equipe e elenco tiveram seus limites testados. A rotina de trabalho de Tom Hardy, que assumiu o papel de Max, entrou em colisão com a disciplina de Charlize Theron, escolhida como a coprotagonista Furiosa. Imagens das filmagens, com Miller orquestrando o caos de veículos mastodônticos digladiando-se no deserto, deixaram a indústria curiosa e apreensiva em iguais proporções.

A desconfiança deu lugar ao deslumbre quando o filme foi exibido durante o Festival de Cannes, sensação que não se evaporou em sua posterior carreira nos cinemas e que segue firme mesmo após uma década. Essa longevidade faz sentido não somente porque “Estrada da Fúria” redesenhou a escala do cinema de ação de forma irreversível, mas pela perfeição com que o filme costura suas ideias e sutilezas narrativas neste fluxo cinético.

Não é por acaso que nenhum cineasta nos últimos 10 anos arriscou repetir seu escopo, com o cinema de ação atual apontando basicamente dois caminhos distintos. De um lado, os espetáculos grandiosos orquestrados por Tom Cruise, notadamente em seus “Missão: Impossível”. No espectro oposto, séries como “John Wick” e “Resgate” valorizam a coreografia de ação no estilo “mano a mano”, com diretores que, antes, aprenderam a contar histórias como dublês.

O resto, de super-heróis a fantasias indianas e “Velozes e Furiosos”, é desenho animado. Não é uma crítica, veja bem: “Homem-Aranha no Aranhaverso” me causou vertigem, e a experiência coletiva de “Vingadores: Ultimato” foi catártica! A regra, infelizmente, são espetáculos seguros, sem tensão, sem deslumbre. Para a surpresa de zero pessoa, esse equilíbrio de domínio narrativo e energia vibrante de “Max” só ressurgiu em “Furiosa”, que o próprio Miller lançou em 2024.

[Fonte Original]

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