As principais bolsas de Nova York abriram em queda nesta segunda-feira (05), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 100% a filmes produzidos fora do país ontem, em publicação em sua rede social, a Truth Social. Os mercados avaliam ainda os dados de serviços do S&P Global e do ISM divulgados hoje e com a reunião do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira (07).
Próximo às 11h15 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 0,19%, aos 41.238 pontos; o S&P 500 cedia 0,66%, aos 5.649 pontos; e o Nasdaq perdia 0,74%, aos 17.844 pontos. Todos os setores operavam no negativo no horário citado, com os piores desempenhos sendo em finanças, energia e consumo discricionário.
Em sua publicação, Trump afirmou que a indústria cinematográfica americana estava morrendo “muito rápido” devido aos incentivos oferecidos por outros países para atrair cineastas. “Este é um esforço conjunto de outras nações e, portanto, uma ameaça à Segurança Nacional. É, além de tudo, uma mensagem e propaganda”, disse.
Neste contexto, as ações da Warner e Netflix tinham duas das maiores quedas do dia. Ativos ligados ao setor de tecnologia, mas também com serviços de streaming, como Apple e Amazon, também caíam
A expectativa do mercado para a reunião de quarta-feira é uma manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%, com o primeiro corte a ser feito na reunião de julho. Os dados do “payroll” (relatório de empregos) de sexta-feira, que vieram acima do esperado, podem ter dado mais tempo para o banco central americano aguardar novos indicadores e ter mais clareza antes de alterar o curso dos juros no país.
Para os economistas do Goldman Sachs, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Fed, parece estabelecer uma barra mais alta para que cortes de juros sejam realizados em comparação com a guerra comercial de 2019, apesar de que uma alta na inflação combinada com desemprego crescente provavelmente levaria a autarquia a cortar os Fed Funds.
“Nossa previsão para decisão Fed permanece mais ‘dovish’ em relação aos preços de mercado, refletindo o maior risco de recessão que vemos devido às tarifas e à incerteza sobre a política comercial”, acrescentaram os economistas, que esperam três cortes consecutivos nos juros de 0,25 pontos percentuais (p.p) a partir de julho.