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sábado, maio 17, 2025

Juros futuros têm queda firme apesar de preocupações fiscais

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A despeito de preocupações relacionadas à política fiscal doméstica terem voltado a ganhar força recentemente, os juros futuros encerraram o pregão desta sexta-feira (16) em queda ao longo de toda a estrutura a termo da curva, em um movimento de ajuste de posições após a alta acumulada pelas taxas ao longo da semana.

No fim do dia, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 passou de 14,815%, do ajuste anterior, para 14,74%; a do DI para janeiro de 2027 recuou de 14,185% para 14,00%; a do DI para janeiro de 2029 caiu de 13,74% para 13,60% e a do DI para janeiro de 2031 cedeu de 13,84% para 13,76%.

Os rendimentos dos Treasuries iniciaram a sessão em queda firme, mas mudaram de direção após os dados de confiança do consumidor da Universidade de Michigan terem apontado uma piora na confiança e nas expectativas de inflação dos consumidores.

Perto do horário de fechamento, a taxa da T-note de 2 anos passava de 3,982% para 4,014%, após ter marcado mínimas de 3,930%, e a da T-note de 10 anos saltava de 4,435% para 4,484%. Vale mencionar que o juro da T-note de 10 anos registrou um salto expressivo no fim da sessão, após a agência de rating Moody’s ter rebaixado a nota de crédito dos EUA de ‘Aaa’ para ‘Aa1′, com perspectiva estável.

A despeito da virada nas taxas dos Treasuries durante a manhã, os juros locais mantiveram a tendência de queda observada nas últimas semanas, impulsionada pela perspectiva do fim do ciclo de aperto monetário no Brasil e de enfraquecimento da economia global.

Em revisão de cenário publicada hoje, o Itaú passou a ver o encerramento do ciclo de aperto monetário em maio. Segundo a equipe de economia do banco, em sua comunicação recente, o Banco Central parece ter ganhado confiança de que a política monetária está em patamar significativamente contracionista e que a atividade está desacelerando, com sinais de arrefecimento no mercado de trabalho e inflexão em algumas linhas de crédito. “Soma-se a isso a aparente escolha pela estratégia de manutenção de juros elevados por tempo prolongado, que de acordo com as nossas simulações, com Selic estável em 14,75% gera projeção de inflação no horizonte relevante (4T26) em torno de 3,3% – provavelmente próxima o suficiente da meta para o comitê”, apontam.

Não há, no entanto, expectativa para cortes de juros em 2025. “Não vislumbramos espaço para cortes de juros esse ano, diante das expectativas desancoradas e da atividade ainda resiliente. Projetamos cortes apenas ao longo de 2026, quando a taxa de juros alcançará o nível de 12,75%”, concluem.

A precificação do mercado hoje andou em linha com a nova projeção do Itaú. Segundo as opções digitais de Copom, a chance de manutenção da Selic na reunião de junho cresceram de 55% para 65%.

Ao mesmo tempo, vem crescendo a ansiedade dos participantes do mercado a respeito da apresentação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, a ser divulgado pelo governo na próxima semana.

“É provável que a extensão dos cortes tenha um impacto sobre o sentimento do mercado. Acreditamos que qualquer número acima de R$ 20 bilhões será visto como positivo para o mercado. E, embora haja rumores de que o governo planeja anunciar um congelamento de gastos mais amplo, de R$ 30 a 40 bilhões, continuamos céticos. Mas um congelamento de gastos desse calibre enviaria um sinal positivo aos investidores, ajudando a estender a recente recuperação do Ibovespa e do real”, apontam Elizabeth Johnson e Wilson Ferrarezi, economistas da TS Lombard.

[Fonte Original]

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