O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (13) que vê com otimismo a possibilidade de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. “Espero que eles possam, em vez de trocar tiros, trocar palavras em Istambul”, disse o presidente durante entrevista coletiva concedida em Pequim, em referência à possibilidade de que Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky conversem na Turquia em breve.
Lula afirmou que sua visita recente à Rússia teve como objetivo discutir alternativas para encerrar o conflito. “Ao visitar a Rússia, a gente encontrou a oportunidade de discutir a questão da paz”, disse. O presidente reforçou que defende há três anos a necessidade de uma movimentação política que permita alcançar uma solução negociada. “Eu venho fazendo o mesmo discurso há três anos”, afirmou.
Em meio à tensão comercial parcialmente amenizada por um acordo entre Estados Unidos e China, Lula reforçou na coletiva que a parceria com o país asiático é estratégica. “Nossa relação com a China não é trivial, é estratégica; queremos tudo que eles possam compartilhar conosco”, disse.
Segundo ele, o objetivo da viagem é reequilibrar o comércio bilateral, hoje fortemente baseado na exportação de commodities brasileiras. “Viemos aqui para isso; não é culpa da China se a gente só exporta commodities; é culpa nossa”, declarou, defendendo maior produção de bens com valor agregado.
O presidente ressaltou ainda a necessidade de superar entraves burocráticos para ampliar a cooperação entre os dois países. “Fiz questão de dizer ao Xi Jinping para entrar em contato com meu ministro da Casa Civil para superar a burocracia”, afirmou. Lula destacou a importância de um comércio mais equilibrado, afirmando que “comércio bom é aquele que parece uma via com duas mãos”.
Sobre o cenário global, o presidente criticou, sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o avanço de políticas protecionistas e o enfraquecimento de instâncias multilaterais. “Antes, globalização era a palavra chave; agora alguém quer taxar tudo e todo mundo”, disse.