Parte da direita conservadora norte-americana ligada ao presidente Donald Trump tem demonstrado descontentamento pelo resultado do conclave no Vaticano, que escolheu o compatriota Robert Francis Prevost como novo pontífice da Igreja Católica. Leão XIV é o primeiro papa americano e foi saudado pelo presidente dos Estados Unidos e também pelo vice-presidente J.D Vance, apesar das recentes críticas do cardeal à política migratória da Casa Branca.
Se oficialmente a postura do republicano é diplomática em relação ao novo papa norte-americano, os aliados de Trump passaram a fazer duras críticas a Prevost, que foi missionário no Peru, principalmente pela posição do cardeal em relação ao controle das fronteiras dos Estados Unidos e questões ambientais, seguindo o legado do papa Francisco. O pontífice argentino, que morreu em abril, também é alvo de críticas pelo suposto alinhamento à agenda progressista.
A jornalista conservadora norte-americana Laura Loomer escreveu em um artigo que o papa Leão XIV apresenta “evidências substanciais de que é fortemente contra o presidente Donald Trump e o movimento Make America Great Again [MAGA]” com longo histórico de críticas contra a política de segurança do republicano.
“Ele é anti-Trump, anti-MAGA, pró-fronteiras abertas e um marxista completo como o papa Francisco. Os católicos não têm nada de bom para esperar. Só mais um fantoche marxista no Vaticano”, critica Loomer em seu perfil no X.
Em abril, pelas redes sociais, o cardeal Prevost postou que o vice-presidente americano estava errado e que “Jesus não nos pede para classificar o nosso amor pelos outros”, em resposta à postagem de Vance, que afirmava que a extrema esquerda inverteu os conceitos sobre o amor ao próximo.
No artigo, a jornalista ainda disse que o cardeal apoiou o movimento “Black Lives Matter” após a morte de George Floyd. Ainda de acordo com ela, Prevost teria compartilhado uma publicação do escritor católico Rocco Palmo, em setembro de 2017, em que Trump era chamado de racista por ter se referido aos imigrantes como “bad hombres”.
“O novo papa tem sido um crítico ferrenho do presidente Donald Trump, particularmente pela sua posição contra a imigração ilegal”, opina Loomer.
Responsável pela articulação política no primeiro mandato de Trump, Steve Bannon também está entre os conservadores americanos que criticam o histórico de Leão XIV. Ele afirmou que Prevost foi “a pior escolha para os católicos” que apoiam o movimento Make America Great Again. “Este é um voto anti-Trump dos globalistas que comandam a Cúria. Este é o papa que [Jorge] Bergoglio e sua camarilha queriam”, declarou Bannon, ao citar o antecessor de Leão XIV.
O aliado de Trump afirmou que apoiava a eleição do cardeal da Guiné Robert Sarah, pois na avaliação dele, o africano era considerado o candidato mais conservador presente no conclave.