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Os anúncios do Governo Federal, a respeito do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o congelamento de gastos, repercutiram no mercado financeiro ao longo desta quinta-feira (22). A falta de clareza quanto sobre os detalhes do reajuste do IOF fez motivou ruídos entre os investidores, que reagiram negativamente à novidade, embora tenham recebido bem a notícia da retenção de gastos.
No final da sessão, o dólar registrou avanço de 0,35%, cotado a R$ 5,6611. Já o Ibovespa recuou 0,44%, somando 137.272,59 pontos. Além do contexto fiscal, o índice foi exposto à queda nas ações da Petrobras, que acompanharam a baixa na cotação do petróleo no exterior.
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Durante a tarde desta quinta, o governo publicou o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, referente ao segundo bimestre do ano. A contenção prevista é de R$ 31,3 bilhões em gastos dos ministérios para cumprir regras fiscais, incluindo um contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e um bloqueio de R$ 10,6 bilhões. Sem esse “bloqueio”, o resultado primário de 2025 seria de déficit de R$ 51,7 bilhões — fora da meta do governo para o ano.
O mercado aprovou os números em um primeiro momento, o que se refletiu na renovação de mínimas das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) e do dólar. Enquanto ainda a medida ainda não havia sido oficializada Ministério da Fazenda. Por outro lado, a ausência de esclarecimentos sobre o ajuste do IOF estressou o mercado, elevando a cotação do dólar. Agentes temiam que a mudança poderia afetar operações de câmbio, o que foi confirmado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet.
O imposto será de 5% sobre aportes mensais superiores a R$50 mil em planos de seguro de vida do tipo VGBL, que eram até então isentos. As alíquotas sobre operações de crédito para empresas e operações de câmbio diversas, como as que incluem compra de moeda em espécie e aplicações em fundos no exterior, também sofrerão ajuste.
No exterior, após a aprovação de nova legislação tributária pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, o dólar sustentou ganhos ante a maior parte das demais divisas.
Destaques
– PETROBRAS PN recuou 1,32% e PETROBRAS ON
– VALE ON
– ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,69%, acompanhando por SANTANDERBRASIL UNIT, que recuou 0,8%, e BANCO DO BRASIL ON, que fechou com queda de 0,83%. BRADESCO PN subiu 0,26% e BTG PACTUAL UNIT avançou 0,2%.
– AZUL PN
– RAÍZEN PN disparou 12,36%, ampliando ganhos de quarta-feira (21), quando o noticiário trouxe que o Pátria submeteu neste mês a apreciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a aquisição de ativos relativos a projetos de usinas de geração solar distribuída.
– JBS ON
– TIM BRASIL ON caiu 2,45%, tendo como pano de fundo o relatório da XP, que cortou a recomendação dos papéis para neutra. Entre os argumentos, os analistas citaram a perspectiva de crescimento modesto, com alta exposição da TIM ao segmento pré-pago em um cenário de pressões inflacionárias, o que levanta preocupações quanto à estabilidade da receita e à expansão da margem.
– MOTIVA ON perdeu 0,6%, após garantira a manutenção de sua concessão da rodovia BR-163, no Mato Grosso do Sul, na primeira “otimização” de contrato de rodovia realizada no país. A empresa, que venceu o primeiro contrato de concessão da BR-163em 2013 e afirma que já investiu cerca de R$ 1 bilhão na estrada, foi a única a apresentar proposta pela rodovia de 847 quilômetros.
– ASSAÍ ON subiu 5,46%, em dia positivo para o setor de consumo, na esteira do alívio na curva de juros. O Itaú BBA também reiterou classificação outperform para as ações e elevou o preço-alvo de R$ 11 para R$ 12. O índice do setor de consumo avançou 0,5%.